A AGRESSIVIDADE HUMANA




 
 
Bom dia, boa tarde ou boa noite caros amigos leitores. Embora concorde com vocês em alguns pontos quando se reportam aos feminicídios e agressões domésticas comum hoje em dia, discordo das afirmações que não mudou nada em relação há cem anos atrás. A meu ver desde o início da civilização o ser humano é possessivo e agressivo e tem a mania da propriedade, até da vida alheia. Tanto os homens como as mulheres acham que os seus namorados, companheiros, esposas, pais e filhos são suas propriedades exclusivas.
Eu não sou tão velho assim. Tenho apenas setenta e três anos de idade. Mas lembro muito bem de quando tinha apenas seis anos.
Até num simples bate-coxa familiar (baile) algum dos homens que lá estavam escolhia uma das moças para dançar com ele. Só que ela não aceitava, dando-lhe a famosa “tábua”. Aí o cara ficava furioso e ameaçava: Se não dançar comigo não vai dançar com mais ninguém, Formava-se uma confusão daquelas e na maioria das vezes o dono da casa afastava a moça do salão. Se a moça estava acompanhada dos pais e de algum pretendente então o rebu se instalava e o baile acabava ali. Eu vi isto acontecer muitas vezes.
Casais se desentendiam automaticamente se separando e normalmente o homem machista, agressivo e possessivo determinava: Se você não se casar comigo não casará com mais ninguém.
Isto era comum e até apoiado pelos pais daquele caboclo, quase sempre coronéis abastados.
No que eu discordo: Existe um adágio popular que diz: DOIS BICUDOS NÃO SE BEIJAM. Aí é que está o cerne da questão. Antigamente, há pelo menos setenta anos atrás os namorados ficavam durante anos conversando entre si para se conhecer. Entre eles as intimidades eram restritas. Quando muito um pegava na mão do outro. Beijinho na face nem pensar. Os namoros eram dentro das casas dos pais da namorada ou noiva, monitorado minuto a minuto. Claro, sempre havia as exceções e alguns casais davam suas escapulidas.
Hoje em dia o casal se conhece numa balada, ali mesmo trocam beijos e abraços, em seguida ambos vão para o motel ou algum aposento privativo e rola sexo à vontade sem limites. Se ambos gostaram  repetem os encontros e alguns, em menos de três meses já estão se casando. A parte do diálogo e da vida conjugal e espiritual ficou muito distante. Não se conheceram o suficiente para entenderem a índole de cada um, seus hábitos e gostos diferenciados por tudo. Pronto, disso resultam as separações desastrosas e quando o homem é um trogodita acaba ceifando vidas alheias.
É assim que eu vejo este mundo torto e atordoado. As mulheres conquistaram espaços e direitos antes considerados impossíveis. Mesmo nós os homens conquistamos muitas coisas em termos de direitos, inclusive os trabalhistas. A verdade é que não aprendemos ainda a respeitar o nosso próprio livre arbítrio.