Para meu pai aos 80 anos

Papai, fui incumbido, como o filho mais velho, de dizer a você, algumas palavras hoje em nome de todos os seus filhos. É, sem dúvida uma honra tal encargo. Não poderia passar sem algum registro esta data tão significativa. Afinal, não é todo mundo que tem o privilégio de completar 80 anos.

Tomei então a liberdade, de falar com cada um, e pedir que me dissessem algo que seria importante ser dito nesta ocasião. Por derradeiro, se vou falar em nome de todos, tenho o dever de representar, e traduzir para você, o que cada um de nós gostaria de dizer se estivesse aqui no meu lugar. E foi engraçado, como na quase unanimidade, falou-se no seu exemplo e na educação que você, apesar das dificuldades, nos ofereceu. Temos, todos nós hoje, uma personalidade e um caráter invejáveis. Em todo canto que chegamos, qualquer um de nós, se destaca pela honestidade, pela ética, pelo caráter.

Xande, ocupa um cargo de confiança numa das maiores empresas de Pernambuco; Issa dirige uma empresa comercial de piscinas, que prima pelo respeito ao consumidor; Cáu, passou num concurso dos Correios, assumiu o cargo e, pouco depois, foi chamada para ocupar uma função administrativa no Banco do Brasil, da mais alta relevância, e só ocupada por quem merece inteira confiança; Dé, ocupa uma função de destaque nos Correios, que é uma empresa, reconhecidamente rigorosa em relação ao caráter dos seus funcionários, Ninha, exerce uma função de fiscal da Fazenda Pública, da mais alta relevância em nosso Estado, e que, não fosse pela honestidade inabalável, aprendida pelo seu exemplo, que você e mamãe nos deram, e a convivência com os valores morais, que vocês nos ensinaram, com certeza, estaria corrompida pela desonestidade, que infelizmente, reina hoje em nosso país; Toninho, ocupa um cargo de professor titular numa universidade pública, tendo já adquirido o grau de doutor; Cybèle, a caçula, como Cristina, seguiu a mesma carreira, e também, com honestidade e caráter incorruptível, se destaca, tendo agora no meio desse ano, colado o grau de bacharel em Direito, e honra a nossa família, fazendo dela uma família que não tem ovelhas negras. Finalmente, eu, o mais velho de uma família de 8 fllhos, já fui professor, sempre muito exigente, bem conceituado nos ambientes por onde passei, hoje, já estou aposentado por tempo de serviço. Concluí o curso de Direito, exerço a advocacia em um escritório junto com outros colegas.

Olha, papai, tudo isso, nós devemos a você e a mamãe!
Você nos criou a todos, com dedicação, zelo, amor. Nunca nos deixou faltar nada! Talvez até, não nos tenha dado o carinho na forma como alguns de nós precisassem, mas hoje, não tenho dúvidas, que todos alcançamos e compreendemos, que você nos deu muito carinho. E tudo isso, sem dúvida alguma, foi compensado pelas outras coisas boas que nos foram oferecidas.

E hoje, todos nós, reconhecemos, que você, é um homem de sucesso. Criou todos nós com todas as dificuldades da época, mas foi sempre como um jequitibá. Inabalável, forte, seguro. O abrigo certo. Enquanto mamãe, era a orquídea, que à sombra do jequitibá, florescia.

Nenhum de nós desgarrou, nenhum de nós, tornou-se ladrão, assassino, criminoso. Nenhum de nós edificou fortunas, mas temos um tesouro que é mais valioso que qualquer coisa – um pai maravilhoso!

Por tudo isso papai, receba os nossos parabéns. E, para finalizar, faço minhas, e de todos nós, as palavras que Cáu gostaria de dizer, parodiando Roberto Carlos: “Você, é meu amigo de fé, meu irmão, camarada!”

Alberto Valença Leal de Lima.

NOTAS

1. Discurso pronunciado em 24 de setembro de 2002, data natalícia do meu pai, Antonio Duarte de Lima. durante a missa celebrada em sua homenagem na Igreja Nossa Senhora de Fátima em Olinda - PE.
2. Hoje, se vivo fosse, ele estaria completando 96 anos. Em sua homenagem, posto aqui este discurso.
Alberto Valença Lima
Enviado por Alberto Valença Lima em 24/09/2018
Código do texto: T6458202
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