meu capricórnio e seu ruminar.
isolado bode que rumina, assim é meu capricórnio.
e acho que é tão forte sua presença, que quem me vê, vê a ele não a mim.
vê alguém que fica de canto, olhar perdido (você já notou como bodes e cabras às vezes parecem ter um olhar para o nada? e em outros um olhar forte e penetrante que mesmo assim parece perdido em algo seu e é assustador, como que vasculhando por dentro de ti?), somente a mastigar e mastigar eterna e incansavelmente, mesmo que aparentemente não tenha tido ali nada a se comer e nada tenha levado à boca.
é o eterno ruminar caprino.
e carrego isto comigo, em meu jeito, em meu perfil, um eterno ruminar.
um olhar perdido caprino, um olhar de quem está acostumado com a aridez, sem esperar grandes coisas e transformações.
talvez isto não abale mais se não houver, pois o árido já é seu ambiente peculiar.
é realmente que muitos conseguem ver através de mim, o caprino que é lançado a uma aridez qualquer e que suporta qualquer adversidade climática, com seu olhar perdido, de quase nada e que requer poucas coisas e quase nenhum cuidado.
cuidado de que visto que seu olhar perdido, para alguns indiferentes ou indefinidos não expressam reação alguma.
não por que se mobilizar.
mas eu amo este caprino que me traduz, poderia ser inconformado ou triste por ele, mas ao contrário, ele faz chegar à mim, quem consegue transpor esta aparência ruminar e vê o capricorniano, um pouco também caprino que há em mim.
sempre a ruminar, ainda que em pensamentos.
jo santo
zilá