INCONGRUÊNCIAS
 
 
 
Muitas vezes conversando com amigos que diziam estar intranquilos e que não tinham paz quis saber deles onde iam e o que faziam para retomar ao curso normal das suas vidas.
Surpreendi-me com as mais diversas respostas, entre dezenas delas as seguintes:
  1. Vou para um barzinho perto de casa e tomo todas até ficar com muito sono. Volto pra casa durmo e no outro dia a vida continua natural.
  2. Se for dia de jogo eu vou assistir uma boa partida de futebol e lá eu descarrego todo o meu mau humor. Grito, xingo, canto em coro com a galera e depois volto pra casa aliviado (a).
  3. Eu vou para o escritório e trabalho o tanto quanto aguento. Coloco tudo em ordem para o outro dia. Muitas vezes durmo por lá mesmo e nem volto pra casa pra não me aborrecer mais.
  4. Outros falavam que ficavam insuportáveis, dando patadas em todo mundo e que saiam andar a toa pelas ruas para espairecer.
  5. Alguns me diziam que ia para as baladas encontrar umas companhias muito loucas que lhe fazia esquecer-se de tudo.
Enfim, nunca ouvi nenhuma dessas pessoas dizer que pegava um bom livro para ler; que parava para ouvir uma música do seu agrado e muito menos que re recolhia em oração ou ia alguma igreja assistir a um culto segundo a sua crença.
Procurar as causas de toda irritação e da falta de paz nem pensar. Todos se acham pobres coitados e vítimas do sistema, da sociedade e da vida em si. São essas as incongruências do ser humano em geral. A rigor quer modificar o efeito sem mexer na causa e corrigi-la, buscando encontrar a paz exatamente onde ela nunca está.