A sociedade perfeita

Imagine um mundo em que não houvesse mercado, bolsa de valores, ações, que o dinheiro fosse simbólico, medindo apenas o poder conquistado pelo esforço de cada um. Agora imagine todos os seres humanos vivendo em harmonia nesse mundo. Utopia?

A moeda seria de acordo com o que cada um ganha. É claro que, quando se fala em comunismo, pensa-se com todos dirigindo o mesmo carro e tendo a mesma casa, mas isso é uma visão precoce e equivocada. Você não pode remunerar um médico, que estudou anos para exercer a profissão, com um lixeiro(com todo o respeito aos nossos amigos que limpam a cidade), pois o último executa uma função supostamente simples. Os salários seriam todos baseados no esforço que cada um fez para chegar ali.

Os cargos políticos seriam regionais, voluntários e os representantes seriam escolhidos pelo povo por intermédio de voto secreto. Apenas haveria vereadores, quando muito, um senador por estado que seria apenas uma espécie de porta voz de cada unidade federativa, sairiam a cada 4 anos e não poderiam voltar em um intervalo de três outras eleições. Não haveria sigilo político tampouco falta de fiscalização, e tentativa de corrupção seria crime com a pena perpétua. Não haveria pena de morte, mas o código penal seria o mesmo dos países mais desenvolvidos do mundo atual. Não haveria poder total, estaria na mão do povo, e os três poderes seriam apenas para organizar os plebiscitos e decisões, que seriam todas votadas pela população. Os representantes funcionariam também como diplomatas e não haveria poder executivo.

A justiça deveria ser rápida, sempre aos olhos das pessoas. Todas as decisões seriam tomadas por júri, e teria um pequeno curso, a ser ministrado em escola, para cada cidadão, para o aprendizado das leis. Todas as universidades seriam públicas, e haveria no mínimo uma por cidade, estas que seriam diluídas uma nas outras. Os montes de cidades que temos hoje seriam sempre absorvidas pela maior e que estivesse mais próxima. Cada estado teria, no máximo, dez cidades.

O naturismo seria livre e as pessoas poderiam praticá-lo na área rural, desde que tomadas medidas de higiene. A agropecuária seria intensiva, o que faz com que a produção seja de qualidade, e o latifúndio não seria aceito. A propriedade familiar também seria aceita, mas sem largo acúmulo de capital tampouco expansão de terras. Os impostos seriam cobrados em cima dos produtos, e não haveria imposto de renda. Todos os carros estarão disponíveis, se uma pessoa puder comprá-lo através do próprio dinheiro. As empresas poderiam ser formadas, desde que a renda fosse igualitariamente distribuída entre os funcionários, de acordo com suas contribuições. Não haveria cofres públicos, todo o dinheiro proveniente dos impostos seria limpamente investido em obras, educação, transportes, saúde; o lucro por exploração do trabalho não seria permitido.

A inflação também estaria zerada, por não haver comércio em larga escala; cada um compraria o que é de uso próprio. As crianças, obrigatoriamente matriculadas em escolas públicas independentes do governo, seriam educadas quanto à violência e as formas de dominação. Este sistema poderia ser modificado a qualquer momento, conforme a vontade de povo. O autoritarismo, ditadura ou totalitarismo seriam práticas abomináveis. O estado seria laico e todas as formas de culto seriam aceitas, mas seriam permitidas apenas instituições. Vertentes de igreja, que gerassem lucros para o proprietário também não poderiam existir. Todo o dinheiro dado pelos fiéis deveria seguir para programas de ajuda a indigentes e pessoas com problemas físicos e motores; a manutenção da igreja seria mínima.

O pensamento é livre.