não quero ouvir.
você já pensou por acaso que eu não queira ouvir.
não quero saber...
não preciso escutar, tudo isto que me chega. tudo isto que despejou em meu colo.
não preciso ser cúmplice de nada disto...
deixe-me cá com meus dramas, com minhas ansiedades, com meus conflitos.
nunca efetivamente fiz parte de suas preocupações.
sendo assim, por que disto agora?
não necessito de migalhas, de suposta consideração disfarçada de bolinhas de algodão com tachinhas escondias por dentro, para que ao acariciá-las, me fira e me sangre um pouco mais...
por que a dor que já se sentiu e se sente nunca é o suficiente pra satisfazer o anseio sádico dos olhos que vê, quase de camarote.
não quero saber, ainda que possa parecer recalque aos desavisados, mas só nós no nosso íntimo sabemos o que representa exatamente as palavras que quer despejar sobre mim.
palavras mascaradas como desabafo, disfarçadas como votos de confiança, mas que quer amarrar mais um coração num emaranhado que é somente seu e de sua mente.
já não estou disponível pra me envolver.
não estou mais aqui, pra suas ladainhas escutar.
paulo jo santo
18/10/2012 - 20h59