Do sentido da vida
A busca pelo sentido da vida é algo natural do ser humano. À medida em que as vivências vão acontecendo, as experiências são somadas e o homem se coloca diante de uma interrogação existencial de uma maneira inevitável. Muitas vezes vaga, e extremamente rica em seu modo vago.
Com o passar do tempo o homem também começa a perceber que esta é uma busca em vão, as respostas parecem cada vez mais distantes de seu entendimento e mesmo quando alguma delas é encontrada e compreendida não há razão para se estabelecer um triunfo.
A resposta encontrada desencadeia inúmeros novos questionamentos, num sentimento de desolação que só pode ser curado mediante uma nova busca o homem se vê mais uma vez gritando entre os surdos.
Sendo assim, a busca pelo propósito, mesmo sendo algo natural da condição humana, se torna contraditória, inatingível e interminável pois a descoberta de um, sempre antecede a busca por outro. Eis que temos o “trabalho de Sísifo” humano.
Isto pode parecer doloroso, amedrontador e de uma certa forma desleal com a existência humana, mas se pensarmos por outro lado, a descoberta do sentido da vida faria com que esta, terminasse antes de acabar.
O não encontrar é o que move a humanidade, a busca por propósitos que parecem se aproximar das mãos e se distanciar do toque. A vida humana só existe devido à interrogação existencial em que esta fundamentada.
Não existe um sentido único e soberano, cada ser vive em busca de seu próprio sentido existencial, é a busca que constrói o humano.
Devemos entender que a caminhada é o mais importante para o ser pensante, nela é que o indivíduo vai sendo modelado e formado por suas próprias experiências e conceitos que vão se modificando durante este percurso, o que devemos é percorrer sem se importar com a chegada, sem dar valor ao resultado, pois quando este chegar e o sentido da vida for encontrado, aí sim não haverá mais sentido