A respeito do amor
Escrever a respeito do amor é como desvendar a mim mesma, trilhar caminhos já transitados, voltar ao passado, espreitar o presente e cobiçar o futuro. Por vezes, ironizei-o, tentando, talvez, fugir, dessa maneira, do que me era, sob minha visão deturpada, ameaçador. No entanto, mágica é a poesia, e entrar no seu campo é se por à mercê dos sentimentos; isto sim é inevitável. E não existe fingimento real para o poeta, pois há que se buscar alguma verdade essencial para se fazer um poema. Fernando Pessoa o disse bem: “fingir verdadeiramente uma mentira fingida”. Sim, de verdade o sinto, ainda que sinta com o sentimento dos outros, que veja com sua visão, e deseje com suas intenções (ora, sou aquilo que me é...). Dessa forma, amo, odeio até sou capaz de perdoar. E o que me é surpreendente, é constatar que amo mesmo, odeio mesmo e perdoo(bem de leve...)... Eu estou aqui, nós estamos aqui; por tudo isto: todos os poetas sempre assinam em baixo!