NEM PÃO NEM PERDÃO
Nem sim nem não nem pão nem perdão.
Àquele que é chamado de poeta, isso por
isso, não lhe basta, para vir a sê-lo,
pois quem é poeta de verdade, toma para
si as responsabilidades de não calar nunca
sua voz ante as injustiças, de guerras e de
guerrilhas tribais, que têm pérfido condão
de roubar aos povos e de dividi-los,
entre os vários senhores da guerra,
desfilando entre as ruas pejadas de corpos
chamando a si, as várias crendices,
para intimidar o povo e elevar-se ao poder
como qualquer ordinário ditador, cujo algo
parecido com respeito pelos outros, jamais
existiu ou virá a existir.
Como um fotógrafo no terreno deixando à
sua sorte o destino que lhe está reservado
assim o poeta relatando os abusos, prisões
sumárias, torturas e demais vinganças, que
os militares, estão usando para com
os prisioneiros, por esses pequenos países
e ilhas afora, usando, sem quaisquer
dúvidas, de uma nova Inquisição, trazendo
para a população o medo dessas máquinas
medievais, apenas porque, ainda há quem,
ouse pensamento diferente, dos governos
sempre actuais de Vichy e de seus regimes
fantoches como ficou conhecido por
essa altura sobre o jugo assassino dos nazis
esse pequeno estado da França ocupada…
Assim, um poeta, para além do mais, deve
ler muito e andar sempre actualizado, com
o que foi é e sabe vir a ser, em tempos não
muito distantes, o mundo, que nos calhou,
em sorte e não soubemos dar proveito.
Nada tem de profecia, a escrita dum poeta
daí talvez até tenha, porque poeta sempre
está além do previsível e do agora comum
a qualquer Homem pois poeta é por assim
dizer fotógrafo, que ao invés, do óculo usa
a sua pluma, para relançar o debate e sem
medo acusar de omissão e falta de
visão, dos arautos da poesia, sentados em
suas poltronas sujas de ranço e covardia…
Poeta que é poeta, oferece suas horas que
bem podiam ser de ócio, na incontestável,
preocupação, para com os demais…
quem pensa em si tenha vergonha e deixe
de escrever… imediatamente!!!
Jorge Humberto
06/08/09