BUSCAR

Viajo dentro de minha cabeça como se o mundo não fosse parar, estou perecendo diariamente, meu corpo esta mudando, estou caminhando em direção a faixa de chegada. Deixo tudo ai passar diante de meu nariz, nem percebo, a felicidade passa em pequenas doses não regulares no sangue adoecido pela tristeza. Rodopio e titubeio em mudar tudo sem perceber que não à nada a se mudar, somente uma vida a seguir, aceitar minha natureza e simplesmente, seguir. Procuro minha Alma em cada instante em todas as estantes e me encontro sozinho em meu espelho todos os dias. Acredito nas mentiras e invento minhas verdades diariamente, a ponto de esquecer onde estou, quem sou, para onde vou ou devo ir, busco agora, somente ser quem posso ser, sem cortes, sem censura alguma. Fui aprisionado por minhas fraquezas dentro de um mundo que não sonhei para mim. Não me firo mais, tenho as marcas e o sangue estampado em minhas vestes. Meus olhos se tornaram dois poços secos e sem fundo, onde hoje se depositam moedas passadas para se ter algum pedido e desejo que prontamente não serão atendidos. Deterioro o tempo que consome meus preciosos minutos, ainda respiro, e valorizo cada inspirar, pois ainda estou aqui, escrevo, penso, insisto, espero, e caminho na direção que me cabe, não na que me convém, e ainda sim, me conforta, saber que não sei o dia exato do termino de tudo, e nem a cor da faixa que vou cruzar, o certo é que como for, por tudo o que já percorri, já me sinto um campeão, solitário, mas ainda sim, um vencedor. Pensei em um mundo de inércia, senti em meio a tantos sentires abstratos, fiz musica do meu toque, gravei minha existência na carne e na Alma, e isso, compensou mau e porcamente a balança de minha justiça. Meu coração de criança, esta magoado com minhas atitudes de adulto. Paguei para crescer e esqueci que minha vida era ser criança. Não sei mais dizer exatamente o que me tornei, sou um adulto que aprisiona uma criança, sou uma criança que tem medo de sobrepor o adulto, seja como for, me falta planos, me falta caminhos, me falta brilho, me falta Alma. Talvez, bem talvez, esteja aqui, perto de mim, embaixo da cadeira ou de meu braço, de fato, um motivo para ainda ser, procurarei minha Alma, se ela ainda procurar por mim.

Em tempo: é só um desabafo triste, mas sim, tenho muita esperança em meu coração.