Verdades ou Mentiras
Confiança insólita esta que depositamos no próximo mais próximo ao nosso coração. Que mérito tem a verdade pintada de melhor solução se é justamente a que cai e leva os sonhos gerados no útero de um amor geneticamente impossível de ser gerado, afinal, humano.
Tento crer nos olhos, nos gestos, no ser, a cada segundo, hora, dia e vida me desaponto mais com as palavras que ainda não me foram ditas, e ainda sim, espero que nunca sejam ditas, pois já me basta a esperança de que fiquem como são, somente péssimas.
Disfarçamos nossa natureza de fel em meio de cores belas e palavras idôneas, somos bons, temos caráter, índole, natureza nobre, que merda toda, no fim, somos sim a mediocridade do egocentrismo em busca de prazer e dinheiro barato, junto a escoria de nossos sentimentos secos e desidratados por lagrimas caídas em vão.
Sim, visão pessimista do quão somos assim, diria eu, otimista, pois dentro de todo meu pouco conhecimento, vislumbro tamanha má intenção de sobrevivência em meio a própria espécime. Levo passo a passo e não passo por nada e ninguém que valha melhorar minhas palavras.
A mentira é tudo o que me resta depois de todas as verdades que me contaram. Acredito ainda em contos de fadas, procuro duendes, e uma vez, uma só, vi o coelho da páscoa. Mas não me solicite crença nas pessoas as quais no fundo ainda buscava alguma espécie de luz, que fosse então um sinal vermelho, de pare por aqui, mas nem isso, só escuridão, mesmo no brilho de vastos sorrisos que nos são abertos durante a vida.
Encerro meu desabafo aqui, no aguardo de meu anjo salvador, o salvador dali, ou daqui, de onde for, que traga a mais bela mentira a meu colo, a aceitarei de prontidão, grato, pela mentira mais bela ofertada. Verdades, deixo para os contos, os quais ainda acredito.