BRINCANDO DE VIVER

O tempo vem me inspirando a escrever sobre a vida.

Hoje, não posso mais crer que existam paraísos para

seres sem mérito, ainda que digam não saber de nada.

Por acaso, vivendo sonhos, descubro a vida que se

mostra escondida em palácios e em prostíbulos.

Brincando de viver,imagino casas sem grades, nem alarmes,

nem pitbulls, nem trancas.

Crianças felizes, coradas, longe de second lifes

e de mosquitos dengosos.

Homens sem gravatas, sem cargos e sem propinas.

Mulheres só mães. Só esposas. Só irmãs. Só filhas.

Elas são especiais demais para serem escravas de carreiras.

Ou de maridos ciumentos. Ou de baladas traiçoeiras.

Ou ainda, de conventos abafados.

Brincando de morrer, fecho os olhos.Descubro também que a morte anda solta e tem sido boa de mira nas balas perdidas.

Mas não morro não. Deixo sempre um olho entre-aberto.