Cronica: Memórias da Nossa História
Cronica: Memórias da Nossa História
Autor: Odenir Ferro
Intimamente, ultimamente eu ando me sentindo um tanto, quanto, muito lisonjeado com os altos e satisfatórios resultados que alguns poemas meus estão me dando.
Acho até engraçado, pela forma como eles criaram e ainda vão criando vida pelo tempo afora. Vejo e analiso profundamente nas formas e nos procedimentos do como eles vão almejando e ganhando espaços e vão se estabelecendo por si mesmos dentro do parâmetro subjetivo da Arte que atua no inconsciente coletivo da Humanidade.
Sinto que é muito interessante a imprecisão e a imprevisão do caminhar de um poema.
E na proporção da popularidade que o atua, dentro do interagir ele com ele, no próprio contexto dele.
E toda a comunicação se faz de forma muito subjetiva, variando de pessoa para pessoa, de acordo com o sentir do momento em que um determinado poema está se encontrando com as emoções de quem o estiver lendo-o, ouvindo-o, saboreando-o, interpretando-o e por fim assimilando e aceitando-o ou o recusando de si, do seu próprio mundo pessoal interior.
Muitas vezes cheguei a pensar, a acreditar, que um determinado poema meu seria aquele: - O grande, O Poema! Aquele que cairia no gosto popular, ( vários já caíram, graças a Deus! ) mas não.
- Aconteceu o contrário!
- Outros poemas que eu adorei escrevê-los, mas que não coloquei muita fé em relação ao seu crescimento popular, foram os que vingaram, ganharam forma e forças, por si mesmos.
- Poemas complexos, carregados de mensagens diretas, indiretas ou subjetivas, são os poemas que eu costumo identificá-los como sendo os poemas de gênio. Ou seja, são poemas de personalidades complexas, dada a riqueza de informações que eles carregam dentro de si mesmos. E, muitas vezes, esse fardo se torna pesado, dado a beleza existencial da forma como eles se apresentam em cada verso, em cada estrofe, ou no conjunto todo.
Sempre digo que realizar-se intimamente, é ao construir um poema, em se tratando daqueles poemas altamente inspiracionais, daqueles entusiasmados que nos enchem de pura energia espiritual que intuímos, pressentimos, embora nunca sabemos exatamente de onde eles vêm, ou onde eles nascem e vêm atuarem na presença física de nós; que inspirados, o acolhemos e os escrevemos, dando-lhes vida.
- Bem, enfim, já escrevi sobre esse processo de sentir em outros textos, mas não estou me repetindo nem no transcorrer das palavras e muito menos no sentir. Pois é algo indescritível, estes sentimentos. Quanto mais penso ou tento externalizar a realidade vivencial e emocional da criação de um poema, mais eu me distancio da forma do como conseguir traduzir esses sentimentos. Então, vou escrevendo, escrevendo, sem me cansar. Dentro destas linhas que vão se tornando um intraduzível mistério.
- Criar um Poema é um intraduzível mistério gerado pelo Éter da Criação Divina!
- É, é isso mesmo! É possível. Creio que seja somente isto mesmo!
- Criar um poema é tracejar, desenhar, delinear, modelar, sombrear as cores da existência com as cores do Amor. Amor feito no etéreo da massa da Arte Literária que emana da Perfeição existente na pureza abstratriva da consistência metafísica do Éter do Amor!
- Mas, como estava eu começando a dizer, sempre afirmo que construir um Poema é mais difícil, muito mais difícil mesmo, do que escrever um Romance.
- No ano passado, por cerca de uns quatro ou cinco meses, eu vivi a satisfatória emoção de escrever um Romance. ( Por enquanto, inédito )
- É praseiroso, mas é cansativo, é angustiante, é doloroso, a gente acaba se envolvendo com a trama e os personagens, e num determinado momento acabamos até perdendo o auto controle da nossa vida pessoal. É uma viajem que é um pouco arriscada. Perigosa, até! Mexe muito com as nossas emoções inconscientes que já estão arraizadas no subconsciente do escritor.
- Os códigos cognitivos das imagens e das mensagens ficam bem condensados no enredo de um poema. Já num enredo de um livro, ( embora seja o único que escrevi até agora ) estes mesmos códigos de imagens, têm um espaço para que as mensagens sejam bem mais amplas. E não existem padrões estabelecidos para se escrevê-las.
- Se por um lado, escrever um livro é envolvente, envolver-se emocionalmente com um poema é algo profundamente tocante.
e muitos poemas ganham popularidade e fama por si próprios. Outros não. Outros passam tímidos, desapercebidos. Isso tudo dizendo, dos editados, claro.
Quanto aos inéditos, que são muitos, muitos, eu não tenho meios para descrevê-los, no momento. Apenas o que posso dizer, é que quando pego um para reler, já na leitura dos primeiros versos eu me recordo da ocasião em que eu os escrevi, nas razões do porque eu os escrevi, nas emoções que até a mim, então, me sobrevieram, após ter vivido as emoções que ocasionou o partir para a escrita, após as origens dos mesmos.
Alguns eu até me recuso a ler. Outros me agradam tanto que muitos deles eu já perdi a conta do quanto eu já os li.
- Pra resumir, é algo mais ou menos parecido do que acontece quando nos abstraímos em emoções, e puros sentimentos ao olharmos com os olhos físicos, e também com os olhos da alma, algum velho álbum de fotografias envelhecidas e quase já esquecidas no tempo, mas que ao olharmos para elas, nos recordamos de tudo e automaticamente as reacendemos na chama viva, embora adormecida, das memórias que compõem as partes da nossa pessoal História. E que compõem o conjunto todo das Memórias da nossa História.
- Eu estou com um poema inédito pronto para fazer deixá-lo de ser inédito. Eu vou acompanhando-o, passo a passo. Depois deixo-o livre, para percorrer solto os caminhos das palavras presentes no contexto do Verbo em ação. E o Verbo em ação se faz presente no verbo que somos nós, seres humanos, amorosos ou não, viajantes circundantes pelos caminhos deste nosso belíssimo Planeta Terra!