MANIFESTO CONTRA AS RELIGIÕES
É importante, acima de tudo, que tenhamos ideias claras, sobre aquilo que queremos ou não queremos, para a nossa vida. Muitas das vezes pensamos uma coisa e sai-nos outra, absolutamente diferente. Mas o que eu quero dizer com isto é que são coisas do acaso, não de astros ou castigos de Deus. Os astros têm realmente predominância no acasalamento dos animais e na sua postura de ovos ou nascença de crias e pode, aos mais sensitivos, criar alguma desorientação, com as mudanças da lua ou das marés altas e baixas, mas, sobretudo, tem tudo a ver com a natureza, não há nada aqui de sobrenatural ou intervenção de divindades, extra terrenas.
As pessoas entregam, em excesso, diria, quase irracional, suas vidas aos vários tipos de religião, relegando para segundo plano as suas pessoas, seus pensamentos e ideais, indo ao sabor da crendice, o que não é senão mais que crendice, todas as religiões?
Já não pensamos por nós, outros o fazem e ganham bastante dinheiro com nossas inseguranças ou carências de afecto. O que é que um padre me diz a mim, ou a quem quer que seja, que já não saibamos?
O sentimento de partilha é somente o medo de estarmos sós, e o pertencermos a uma comunidade, faz-nos mais fortes. Mas isso não teria de ser assim, em absoluto, teríamos de ser nós a encontrar esses caminhos, sozinhos e ser parte integrante do povo, de sua luta pela sobrevivência, por melhores condições de vida, por uma maior variedade de comida em suas mesas, pela ida de seus filhos à escola, a isso se chama crescimento intelectual e sensitivo, a isso se chama com letra maiúscula, pertencer a uma comunidade, de facto. Mas, ao contrário, do que seria de prever, vão entregar seus parcos recursos a esse rol de igrejas, que abundam por todo o lado, mentindo descaradamente, em seus clímaxes pagãos, a quem se deixa cair nas mãos de vendilhões acérrimos.
Livrai-vos pois de todas as religiões, enfrentem o mundo sem ministérios patéticos, não arrastem a cruz mais do que ela tem sido arrastada.
Jorge Humberto
25/02/08