Reflexão!
Hoje, o tempo todo, nesse primeiro dia do ano, pensei em qual mensagem transmitir para vocês. Mais cedo, na passagem de ano, estávamos na Rua Peroba para assistirmos à queima de fogos. Multidões me fazem mal, costumo me sentir agoniado. Por causa disso, ao invés de ver a queima de perto na Rua Petrobrás, prefiro ver de um local mais afastado; no entanto, mesmo assim, lá havia um bom número de pessoas.
Minha esposa, devido à queima de fogos, resolveu ficar em casa para acalmar os cachorros. Coitados, na hora da virada, soltaram tanto foguete que eles mijaram de medo. Durante o dia, eles cochilavam. Devem ter se agitado bastante e com isso dormiram pouco. Existem ONGs para tudo. Deveria existir uma, que numa hora dessas, protegesse esses animaizinhos. Fica aqui uma pergunta no ar: não é possível ter o brilho dos fogos, sem o barulho? Afinal de contas, os cachorros são seres vivos dotados de emoções e sentimentos, igual à gente, inclusive o medo.
Consigo me identificar com eles, porque quando criança eu tinha pavor de foguetes. Lembro que na Copa de 1970, quando o Brasil foi tricampeão de futebol, ouvia apenas duas coisas: “Noventa milhões em ação pra frente Brasil” e o foguetório que comeu solto. Naquela hora, entrei em total desespero e fui parar debaixo da cama da minha mãe. De lá só saí quando a festa acabou.
Hoje o pessoal foi para a praia e não queria levar a Mag. Falei que podiam deixá-la comigo. Tapei todos os buracos do portão que dessem para ela fugir e fiquei tranquilo. Ela passou o tempo quase todo deitadinha na porta, enquanto eu estava deitado no tapete da sala.
A turma que estava na casa da minha mãe foi embora. Como sempre, depois de toda despedida, fica aquele gosto de cabo de guarda-chuva na boca. Meus inquilinos irão embora amanhã e, com certeza, terei essa mesma sensação. Fizeram um churrasco de despedida. Relutei no início; contudo, acabei aceitando.
Aproveitando o início do ano, quero deixar uma pequena mensagem de incentivo e um versículo veio em minha mente. O primeiro no livro de Efésios, capítulo quatro, verso trinta e dois: “Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.”
Em 2013, resolvi construir umas quitinetes em Natal–RN. Infelizmente, levei dois calotes. O raio caiu duas vezes no mesmo lugar. Aquilo atrapalhou todos os meus planos. Adquiri uma dívida com o Banco do Brasil de 215.000,00 reais e foi quando vim parar em Mucuri, por obra da natureza. No início, eu estava muito revoltado. Só ficava pensando coisas ruins em relação aos dois caloteiros. Aquilo me consumia, porque eu não conseguia perdoá-los. Tive várias noites em claro, porque não conseguia dormir. Eles não saíam da minha cabeça. Eu estava uma pessoa amargurada, sem graça, só pensando em vingança.
Até que um santo dia eu me despertei e disse: "Isso não é vida, estou refém desses caloteiros." Foi quando o Espírito Santo me disse: "Enquanto você não tomar a decisão de perdoá-los, será cativo deles. Caso queira se desvencilhar disso, perdoe-os. Fazendo isso, será liberto e esse fardo acabará." Foi então que pedi a Ele: "Me ensina como fazer isso, porque humanamente não tenho condições." A partir de então, me senti leve, livrei-me daquele fardo.
Por isso vos digo: Amem mais, perdoem mais e odeiem menos.