As filhas da Elda!
Meus queridos leitores, em relação à última crônica cujo título é "Dialogando com a Mila!", me desculpem se vos decepcionei. Queria apenas mostrar como poderia usar essa ferramenta tão sofisticada que é a Inteligência Artificial, sem perdermos a originalidade. Infelizmente, parece que não alcancei o meu objetivo. Teve leitor que não me encontrou naquele diálogo. Para a realização dele, preciso da mensagem que um emissor enviará até um receptor. Nesse diálogo com a Mila, o emissor era eu e todas as minhas respostas foram plenamente minhas. Em relação ao receptor, quem respondia era a Mila, que representava a Inteligência Artificial. Volto a enfatizar, por favor, me perdoem se vos decepcionei.
Minha intenção ao escrever esta crônica é homenagear as sobrinhas da minha esposa, que ao longo de suas vidas sempre me honraram com todo carinho, respeito e consideração, ao ponto de me chamarem de tio. Isso me constrange muito, porque sou o tio torto, e mesmo assim, elas me consideram como tio.
Atitudes como estas eternamente estarão em minha memória. Costumo dizer que alguns gestos na vida não têm dinheiro no mundo que pague, e saiba que este é um deles.
Elda é a irmã da minha esposa e tem três filhas: Luana, a primogênita; Luma, a do meio; e Letícia, a caçula. Em certos casos, é engraçado como Deus prepara os nossos destinos. Conheci a Luana antes de casar com a minha esposa. A Rosa trabalhava comigo na Sayonara, uma empresa do ramo de transportes coletivos. Ocasionalmente, aos domingos, eu visitava a casa da Rosa. A mãe dela era muito divertida, então aparecia por lá para dar umas boas gargalhadas. Que pessoa de bem com a vida. Espero que o Senhor tenha reservado um lindo cantinho para ela no céu.
Em uma dessas ocasiões, ao visitar a casa da Rosa, ela ia visitar sua tia, irmã de sua mãe. Aproveitei o embalo e fui junto. Quis o destino que a Elda fosse casada com o primo da Rosa. A Luana era recém-nascida e eles vieram me mostrar como a filha do seu primo era bonita. Realmente, era uma linda criança. Aproveitei e a peguei no colo. Quem diria que cinco anos após esse acontecimento, eu me casaria com a irmã da Elda.
Na época em que me casei, morávamos de aluguel. Quis o destino que eu fosse morar no bairro Caladinho de Baixo. O apartamento que mais gostamos ficava justamente nesse bairro, onde os familiares da minha esposa moravam. Nosso apartamento ficava apenas uma quadra da casa do meu sogro. A Elda também morava ali perto. Isto facilitou a minha interação com os seus familiares.
No início, quando comecei a namorar a minha esposa, tive resistência por parte da família dela. Ainda bem que não eram todos. A mãe dela, a Elda e depois as suas filhas sempre me trataram bem. Serei sempre grato a elas e à minha esposa, que era uma mulher determinada. Caso contrário, esse casamento jamais teria sido realizado. Se nem Jesus Cristo agradou a todos, por que isso aconteceria comigo?
Como esse mundo é engraçado. Enquanto dona Inês daria tudo para que eu casasse com a sua filha, ali na casa da minha esposa a realidade era outra, rs. Não foi um e nem dois paradoxos que apareceram na minha vida, foram vários. A diferença era que a dona Inês, ao olhar para mim, enxergava o meu coração. Ali eu encontrava resistência, porque parte deles, ao olhar para mim, viam o meu exterior, as aparências. Num mundo onde o materialismo rola solto, se não fosse o meu Deus, eu teria que me acovardar. Graças a Deus, tanto eu quanto a minha esposa somos teimosos, por isso estamos juntos até hoje.
Luana sempre foi apegada a nós. Devido a isso, desfrutamos por muito tempo da presença dela. Uma imagem ficou gravada em minha mente. Era quando a pequena Lu, ao subir a escada, despontava pelo corredor rumo ao nosso apartamento. Ela era bem moreninha, magra, cabelos castanhos e lisos. Vinha com sua sandália havaiana, um short bege e uma camisa rosa. É engraçado como certos momentos se eternizam em nossas mentes. Preciso ser sucinto, porque se for registrar todos os momentos que passei ao lado delas, era perigoso dar um livro, rs. A Luana, recentemente, deu ao seu tio o prazer de tê-la como minha leitora. Como fiquei feliz ao saber que ela estava lendo as minhas crônicas. Ela não deve ter noção de como isso é gratificante para mim. Atualmente, teve que se afastar da sua mãe e foi morar na nossa bela capital mineira. Ela trabalhava na Vale do Rio Doce em Timóteo–MG, formada em Administração; todavia, fez um concurso interno, foi aprovada e foi trabalhar no escritório da matriz da empresa em Belo Horizonte.
Das três, a que tive menos contato foi com a Luma. Talvez seja pelo fato de que foi a primeira a casar. A Luminha era muito fofinha. Era tão fofa que, se não tivesse controle, a gente a beliscaria. Ela sempre sorridente, com seu cabelo loiro todo ouriçado pelos ventos, gostava de correr. Engraçado, sempre me preocupei com elas, principalmente na adolescência. Ela visitava mais os avós do que lá em casa. Quem sabe, com medo de levar uns beliscões, nos visitava menos, rs.
A Letícia, por ser a caçulinha, a rapa do tacho, foi sempre mimada por todos. Com isto, ela ficou um pouco manhosa. Era a mais peralta e a mais esperta. Sempre foi boa de lábia. Os avós não resistiam aos seus argumentos e sempre davam um trocadinho para ela. Ainda bem que a Lê é uma menina de coração bom. Cresceu e não ficou com raiva de mim. Nem ela e nem a Elda. Ocasionalmente, eu falava com a Elda: "Se você não ficar esperta, ela te coloca no bolso. Põe um freio nela", rs. Eu falava assim porque, como tio, queria o bem dela. Como nunca tive filhos, as correções ficaram para ela.
Agora que a Elda deu uma parada, todavia, as duas eram muito presentes aqui em Mucuri. Teve uma vez aqui em Mucuri, que fiz igual um paizão com a Lê ao ponto de chegar a chorar. Sempre quis o bem delas. Essas duas sempre foram presentes em nossas vidas. Teve uma vez que estávamos na praia do Forte, em Florianópolis: eu, Edilene, Elda e Letícia. Na minha concepção, a melhor praia de Floripa. Estávamos deitados nas águas debaixo de uma árvore. De repente, virei sério para a Lê e a Elda e falei: "Quando puderem, orem por mim, porque assim é a minha labuta aqui em Floripa." Aí, elas olharam para mim e rindo disseram: "Grande labuta essa sua", rs.
Louvo a Deus pela oportunidade que tive de ser presente em suas vidas. Que o Senhor as abençoe, sempre e sempre. Saibam que eternamente estarão no meu coração. Aproveito esse momento para dizer: Eldinha, por favor, volte a nos visitar. Eu e sua irmã estamos morrendo de saudades de ti. As praias de Mucuri estão te esperando, rs.