Lamúrias de um diletante
Sabe, meus queridos leitores, inicialmente, quero pedir-vos perdão, porque mexe e vira estou incomodado com alguma coisa. Sempre peço perdão a Deus por essa situação. Digo que o Pai fica triste, porque sempre o filho está reclamando. Contudo, Ele sabe que não faço isso por mal.
No livro de Efésios deixa bem claro que a nossa luta não é contra sangue ou carne, e sim contra as potestades do mal que reinam nas regiões celestiais. Infelizmente, como estamos numa carcaça humana, não nos damos conta da batalha travada no mundo espiritual.
E em certos momentos, parece ser muito clara essa luta. É igual à guerra que declarei aos pombos. Em alguns instantes, chego a pensar que esses malditos pombos foram enviados pelo inimigo para me aporrear. Eles passaram a visitar as quitinetes justamente quando me enfartei. Estou achando que o tinhoso quer que eu enfarte de vez. Se for isso, digo a este ordinário que ele está amarrado no nome de Jesus.
Coloquei a isca e eles nem deram bola para ela. O gavião, se for do jeito que o rapaz comentou sobre a águia, quando eu o colocar lá em cima ficará de braços dados com eles. Fiquei feliz quando uma leitora lá do norte falou que conseguiu espantar os pombos com naftalina. Entretanto, assim como a COVID, os pombos vão se reestruturando. Coloquei naftalina em cima do banheiro da quitinete, e os danados nem esquentaram com ela. Hoje coloquei em cima da laje foi óleo queimado. Uma hora encontrarei algo que possa exterminá-los. Haja o que houver, não sossegarei enquanto ver essas malditas aves lá em cima. Tem uma leitora que me falou que os pombos estão me rendendo excelentes textos.
Creio que, assim como eu, meus leitores em algum momento devem, no seu âmago, imaginar coisas boas. Coitadinho do meu pretinho básico, ficou setenta e cinco dias parado na garagem, aguardando o eletricista. Finalmente, ele chegou e carregou sua bateria. UFA! Aproveitei e ontem mesmo, mandei dar uma lavada geral nele. Agora, sim, está parecendo gente, rs. Ao chegar com ele aqui em casa, pensei: tirarei umas fotos dele e colocarei no grupo, quem sabe eu consiga vendê-lo. Pensar coisas boas parece que funciona. Ontem mesmo, alguém me procurou e disse que sábado vem aqui para dar uma olhada nele. Será que conseguirei vendê-lo? Se não fosse o arrocho financeiro, continuaria com ele.
Esse pretinho já me proporcionou muita satisfação. Grande era a minha alegria todas às vezes que viajava para o Vale do Aço. Ocasionalmente, ele passava por algum carro novo parado na estrada aguardando manutenção. Como eu me regozijava quando isso acontecia. Meu pretinho é bem velhinho; entretanto, nunca me deixou na estrada. Ele é porreta!
Uma vez ou outra, imagino que vocês devam me achar estranho, maluco, rs. Porque vivo escrevendo cada assunto que não tem pé nem cabeça. Mais uma vez, peço-vos perdão pelas abobrinhas que escrevo. Todavia, isso me faz um bem enorme. Se vocês imaginassem como isto é terapêutico: todo mundo escreveria.
Sabe, meus queridos, reconheço as minhas lamúrias. Ouço as pessoas falarem que o céu, além de ter ruas de ouro e de cristais, tem verdadeiras mansões; cada uma mais bonita que a outra. Que lá teremos acesso ao rio e à árvore-da-vida. Em Apocalipse menciona que a nova Jerusalém será toda refulgente e também quadrada. Sabe, meus queridos, tenho tanta vontade de ver pelo menos um pedacinho lá do céu. Vejo tantas pessoas falando de suas EQMs, cada uma mais emocionante que a outra.
Sabe, gente, eu vejo tantas pessoas afirmando com toda categoria que ao morrerem estarão no céu. Têm tanta convicção de suas salvações. Sei que a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus; no entanto, salvação implica em renúncia e sacrifício. O mundo está cheio de bandejas que nos são oferecidas. Será que temos renunciado de fato às nossas vidas? Por isso, quando ouço falar em salvação, penso sempre em Mateus 22:14: Porque muitos serão chamados, mas poucos, escolhidos. Por isso, sempre falo para Deus: Não precisa me dar mansões no céu, se o Senhor me der um barracãozinho, se for na glória com o Senhor, estarei mui satisfeito.