Meus questionamentos sobre a vida e fé
No livro aos Romanos, capítulo 11, versos 33 a 36, diz o seguinte: "Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém."
Um dia, se Deus permitir, no céu e diante de Cristo, quero estar. Tenho muitas indagações a respeito da vida e, com toda certeza, Jesus Cristo sanaria todas elas. Indagações pertinentes ao cotidiano são o que mais tenho.
Uma delas, já até mencionei em uma crônica, mas neste instante, foge-me da mente o seu título, que direi a vocês. Creio que todos temos questionamentos que são irrefutáveis à sabedoria humana. A primeira pergunta é a seguinte: qual o critério usado por Deus em relação ao destino das pessoas? Por que uma pessoa vive 70 anos, outras chegam até um século, e outras mal nascem e já são recolhidas para o paraíso?
Não sei se todos concordam comigo; no entanto, se uma pessoa está viva, é porque Deus tem um propósito para ela. Depois do meu acidente, continuo de pé. Fico me questionando qual o propósito de Deus para a minha vida na terceira idade. Se eu fosse uma pessoa jovem, robusta, cheia de energia, ainda assim me pergunto: o que Deus tem preparado para mim após os sessenta, impotente e enfartado?
Louvo a Deus por poupar a minha vida naquele enfarto. Entretanto, estou cheio de questionamentos. Sinto-me impotente e inválido no presente momento. É duro para uma pessoa que a vida toda se movimentou ter que ficar estática. É péssimo ver que há tarefas a serem realizadas e eu não posso fazer. Perdoa-me, meu Pai, não é ingratidão; são apenas indagações de uma mente insana, rs.
No início do milênio, estive afastado por depressão, uma enfermidade pela qual me aposentei. Naquela época, a minha melancolia era mais notória pela manhã, principalmente ao despertar. Não entendia aquilo: mesmo congregando, orando e lendo a Bíblia, era consumido por uma enorme tristeza, o que me deixava incomodado. Como uma pessoa que tem Cristo na vida pode ser assolada por sentimentos tão nefastos? A impressão que eu tinha era de que, ao acordar, me deparava com um enorme dragão soltando fogo pelas ventas.
Uma vez, lendo um livro, creio eu, "Máscaras da Melancolia", o autor comentava sobre os diversos tipos de depressão que uma pessoa poderia ter. Ele mencionava que, em parte dos seus pacientes, o período de maior depressão era ao despertar; em outros, no crepúsculo, e em outros à noite. O psiquiatra classificava cada tipo. Estranho que, depois disso, não vi mais nada comentando sobre esse assunto.
Observo que, depois do ocorrido, sou constantemente invadido por uma grande tristeza ao despertar. Este assunto é muito complexo. Há pessoas que não veem com bons olhos uma pessoa fervorosa ter depressão. Elas logo colocam a culpa no indivíduo.
Hoje mesmo, meu incômodo era tanto que me deu vontade de passar óleo queimado nos caibros do telhado para me distrair. A palavra de Deus afirma que na multidão de conselhos encontramos a sabedoria. Resolvi perguntar à minha esposa o que ela achava de fazer aquela atividade. Ela logo respondeu: "Você deve ficar quieto, parar de inventar moda." Não contente, perguntei à minha irmã e ao meu tio qual seria a opinião deles, e eles deram o mesmo conselho da esposa.
Frustrei-me e fui logo para a minha alcova. São nesses momentos que mais fico indagando a mim mesmo e a Deus. Por estes e outros questionamentos, afirmo que, quando chegar lá no céu, sentarei no divã com Deus, rs.