Que ninguém me esqueça
Caro leitor, cara leitora, o tempo é um recurso limitado e diferente de uma conta bancária, onde sabemos quanto temos e o quanto podemos gastar antes de entrar em falência, uma falência temporal pode nos atingir a qualquer instante fazendo jus ao velho ditado de que a vida é um sopro.
E, como um homem prevenido vale por dois, estou escrevendo minhas memórias. Isso mesmo, no auge dos meus 37 anos já estou preocupado com a minha posteridade. Trinta e sete anos e com os passos sendo marcados por um aparelho implantado no peito, sequela da última grande pandemia, a qual tive a sorte e a vontade divina achou que não era a minha hora de partir. Por isso sou bastante grato ao Papai do céu por me dar a oportunidade de ver meus meninos crescerem e estar ao lado da minha amada. Mas voltemos às memórias.
Eu escrevo porque eu quero ser lembrado depois que passar dessa para a melhor, de preferência bem velhinho. Eu quero que meus netos, bisnetos e até o descentende bicentário saiba quem foi George Barbalho. O que eu pensava e como vi o mundo ao meu redor. Em resumo, sou como toda pessoa normal. Bem, troco pessoa por artista, e agora, troco artista por escritor. Pronto. Sou como todo escritor. E o que quer o escritor além de ser lido? Ser eternizado. A escrita nos imortaliza assim como uma fotografia, uma pintura, um filme. Claro, foco na escrita porque é com ela que lido, mediocremente, quase que diariamente. Estou escrevendo as minhas memórias para eu me perpetuar. Se um dia eu publicar algum livro, glória, senão, ficará aqui no Recanto as minhas crônicas, meus contos e minicontos,e mais algums esboços que julguei conveniente expor.
Vez por outra procuro um escritor que li e comentei logo no meu início aqui no Recanto e me deparo com uma página inexistente. Só há uma explicação plausível, o nosso amigo partiu para sua viagem derradeira e algum familiar excluiu a sua página. Já falei para minha esposa, que caso eu parta de forma inesperada, avise em meu perfil a minha morte e deixe meus textos como estão, não os exclua. Deixe o mundo ainda saber quem eu fui. Porque ser esquecido deve ser horrível.