(Esse texto se encontra em meu livro "Ensaio sobre a mulher contemporânea"

 

Nunca foi fácil ser mulher e continua não sendo até os dias de hoje.

Por questões históricas, a mulher permaneceu por muito tempo à sombra do sexo masculino em diversas aspectos, inclusive nos aspectos artísticos e culturais. Isso é fato. Para conseguir ocupar qualquer espaço, seja nas ruas, nas escolas, nas urnas, ou na literatura foi, e ainda é necessário, muita luta. Estamos num tempo de falar, de reclamar, de termos vez e voz, e, principalmente, não ter medo. Chega de violência contra a mulher, de feminicídio. Chega de discriminação profissional. Somos mais fortes ou mais fracas? Claro que somos mais fracas. Quem vai discutir isso? É de nossa natureza e o homem sempre será o mais forte, fisicamente, bem entendido. Se pensarmos sob essa ótica, poderemos até nos considerar “inferiores” ou “sexo frágil”, como estamos acostumadas a ouvir. No entanto, talvez, estes não sejam os termos apropriados. Eu diria que somos sim, singulares, diferente, jamais inferiores.

Chega de discriminação racial. Chega de regras! Do que posso ou não falar. Do que posso ou não vestir. “Não, mas do jeito que ela está vestida tá pedindo pra ser estuprada,” dirão alguns. Chega de se olhar o corpo da mulher como um produto! De como devemos nos comportar. Chega de violência e aliciamento sexual, de estupro coletivo

O tempo de perder-se e limitar-se já passou. Estamos em um tempo que nos permite fazer melhores escolhas para crescer e acumular. Nada é mais como no passado.

Hoje, somos autoras de boa parte de nossas escolhas e omissões, audácia ou acomodações, mas, em contrapartida, temos de nos sentir responsáveis pelo de bom ou de ruim que nos possa acontecer. Temos de ter a consciência de que jamais seremos poupadas dos acasos brutais que nos roubam amores, nos roubam pessoas, nos roubam saúde, emprego, segurança e ideais.

Estamos sempre em processo de transição, de transformação, e, enquanto estivermos no mundo, teremos de procurar viver a vida como ela se nos apresenta da melhor forma possível.

Mas não podemos prescindir jamais de uma coisa: da eterna busca da felicidade.

Valéria Vanda avier Nunes. Escritora

 

 

LéiaXavier
Enviado por LéiaXavier em 08/08/2024
Código do texto: T8124253
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