QUAL O PIOR XINGAMENTO: PUTA OU CRENTE?

Não é novidade para ninguém que sempre chego atrasado às grandes discussões mundiais. Uma das razões é o fato deste escrevinhador não possuir redes sociais, acho que isso me isola um pouco dos acontecimentos instantâneos do agitadíssimo cotidiano digital. Mas fui apresentado por minha esposa a uma polêmica antiga (e por antiga entenda algo que ocorreu na semana passada) a respeito dos uniformes olímpico brasileiro. Aqui, confesso que nem sabia que as olimpíadas estavam acontecendo.

 

Uma parcela da população meteu a mão na boca e rasgou de ódio quando viu o uniforme dos times brasileiros. O que eu fiz? Fui procurar na grande rede uma foto desse uniforme. Pasmem: é uma jaqueta de jeans, com uma camisa e uma saia longa branca (essa foi a versão que mais agitou as moléculas dos reclamantes). Vários artistas e personalidades e subpersonalidades e despersonalidades e outros  caricaturas gritaram uníssono: PARECE CRENTE!

 

Vivemos num país de maioria cristã, seja católica ou protestante, não sei até quando, porque parece que para a pessoa ser livre o primeiro ponta pé a ser dado é nas "nádegas" de Deus (mas só se você for cristão, outras religiões são bem vindas), depois é pintar o cabelo de vermelho, usar ou fazer apologia às drogas, mostrar a bunda em público o máximo que puder e brincar de fazer menino com o máximo de parceiro(a) possível. Isso é ser moderno, atual e da moda.  E se for chamada de puta, melhor ainda porque é sinal que de que o empoderamento está dando certo. O que não se encaixar nisso é anátema! E parece que o novo uniforme olimpico brasileiro fere algumas das regras dessa cartilha libertadora.

 

Eu já fui crente. Fui membro da Assembleia de Deus numa época em que dormia-se de camisa e de calça comprida e que assistir televisão era proibido. Hoje sou católico junto com minha família e aceito, converso, convivo com quem quer que seja independente de sua visão de mundo (desde que nas linhas da CF88) mas, onde eu reclamo que me senti ofendido com a vinculação do nome crente de forma pejorativa? O Ministério Público nos defenderá? Algum influencer famoso levantará a bandeira dessa intolerância sofrida? E se algum religioso cristão tivesse dito ( e aqui reconheço que o que não falta são religiosos falando abobrinhas) que uma determinada roupa fosse de "Mãe de Santo". Eu acredito que intolerância é intolerância. Ou será que não? Umas coisas são mais intolerantes do que outras? A sensação que tenho que é estamos vivendo a cada dia a máxima do não importe o que é dito, mas quem o diz. É o grito pela Diversidade abafando a diversidade que diverge da Diversidade.

 

 

 

George Barbalho
Enviado por George Barbalho em 27/07/2024
Reeditado em 27/07/2024
Código do texto: T8115977
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