AS GORDUCHINHAS DE BOTERO

Mexendo nuns livros antigos do tempo de escola encontrei o meu caderno de artes. Na primeira folha uma colagem e do lado um desenho feito por mim. A colagem é uma pintura de Botero e o desenho é um autorretrato meu seguindo os traços de Botero.

 

Botero é aquele artista colombiano que representava em sua obra pessoas gordas. Monalisa no seu estilo da a impressão de que a qualquer momento a moldura vai estourar. Até o sorrisinho ele colocou só que meio que coberto por rechonchudas bochechas. O Cristo na cruz, é sem comentário. Pelo peso dele ali, era para ter usado um Baobá.

 

Ele por ele mesmo, com aqueles olhinhos juntos ficou maravilhoso. Tem artistas que faz uma arte, mas que não gosta de ser retratado por ela. Ouvi falar da história de um cartunista que em todos que desenhava colocava chifres em suas cabeças, um dia alguém o desenhou com chifres e ele achou ruim. Queria processa o outro artistas e tal. Vemos que isso não acontece com o Botero.

 

Talvez a dançarina de sobrepeso fazendo o seu alongamento de balé seja uma de suas obras mais conhecidas. E tanta fama só podia acabar nas páginas policiais: em 2017 roubaram uma escultura de Botero. Pasmem, isso aconteceu em Paris. Parece que existe um fetiche por formas gordinhas e rechonchudas. Em um país aqui da nossa América aconteceu algo parecido, o objeto de desejo dos marginais eram pessoas gordinhas. Num país em que 94,5% da população está abaixo do peso, começaram a surgir quadrilhas especializadas em sequestrar pessoas gordinhas iguais as pinturas de Botero. O raciocínio era simples: se é gordo é porque come, se come é porque tem dinheiro para comer, se tem dinheiro, dá para pagar um resgate.

 

Soy loco por ti América!

 

 

 

 

 

George Barbalho
Enviado por George Barbalho em 02/07/2024
Reeditado em 02/07/2024
Código do texto: T8098469
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