A síndrome do Pato Flutuante

PREÂMBULO AO TEXTO

Comentário do amigo e escritor Dilucas:

"Barbalho, pena não afunda na água, de onde você tirou esta ideia do pato batendo os pés freneticamente para se manter flutuando? Perdão, amigo, mas eu tive que rir dessa história. Fosse assim a águia, ao mergulhar para capturar o peixe, morreria afogada. Frenética é mesmo essa sua vida. Escrever para interagir com os leitores também ajuda bastante, você agiu com discernimento, mas não deixe de recorrer ao médico, e, pelo amor de Deus, não lhe diga nada de sua desconfiança, nem fale sobre o pato flutuante e muito menos, explique a ele como faz o pato pra parecer de boa enquanto flutua, promete? Então tá, vai de boa. Porque curti a leitura do seu texto fiz questão de marcar presença. Parabéns pela postagem."

 

Quem tem padrinho não morre pagão! Graças ao comentário do nosso amigo Dilucas entendi o equívoco e que eu possa ter batido a testa. O nome da sindrome é realmente Síndrome do Pato Flutuante. É fato. Agora, outro fato, pelo que parece, a pessoa que nomeou essa sindrome tinha pouca ou nenhuma vivência na vida do campo para compreender que, realmente, o pato não afundar não tem nada a ver com suas patinhas se movimentando.

 

O amigo Dilucas está certo ao falar que pena flutuam e esse é o motivo que faz o pato flutuar. Isso se deve ao "óleo" que os animaizinhos espalham pelo corpo penoso e isso blinda as penas da água. O mesmo que as galinhas e as águias também fazem.

 

O que o cientista pode ter feito é trocado as bolas. Ele viu os patos deslizandos e confundiu com a flutuação. Imagino eu que para deslizar no espelho d'água eles façam o esforço de bater as patinhas. Bem, julgo eu.

 

Dito isto, vamos ao texto!

 

Olá amigos, sejam todos bem-vindos aqui a minha escrivaninha. Agradeço a sua presença!

 

Ontem eu descobri que tenho um sindrome que até então eu desconhecia. Eu desconhecia o seu nome, mas não os seus efeitos na minha mente.

 

De cara, só por ter o nome Sindrome, parece que é coisa de gente besta e que só está doente porque lhe falta uma trouxa de roupa suja para lavar (pensando bem, a máquina de lavas nos deixou meio ociosos, mesmo). Mas não é bem assim. Nossa saúde mental nunca foi tão pressionada e nesse nesse pós-pandemia, quem é capaz de se julgar são ( no sentido de ter sanidade) mentalmente?

 

O nome da nova doença é Síndrome do Pato Flutuante. Sei, à primeira vista parece algo meio bobo, mas a coisa é séria, eu garanto. Quando vemos um pato flutuando na lagoa, a sensação que temos é que ele está ali de boas só seguindo o fluxo. A cara do pato é tranquilidade. Ela passa confiança de que tudo está bem. Nunca vi um pato estressado flutuando na lagoa. Estão todos de boas. Um passa pelo outro e até se cumprimentam com o bom e velho "qua-qua". Mas o que ninguém vê é que para que aquela calmaria aconteça, debaixo do espelho d'água, o patinho está batendo suas patinhas freneticamente até a exaustão, e quanto mais flutua mais movimenta repetidamente suas patas. O ciclo é contínuo.

 

Um pesquisador observou esse fenômeno e logo adaptou à nossa realidade. No final de tudo, somos iguais os patos. Cada um sabe o esforço que está fazendo para dar a sensação de que está tudo bem mesmo quando fazemos esforços hercúleo para transparecer normalidade. Fazemos questão de os outros nos vejam flutuar e até sintam inveja do nosso desempenho, mas no fundo essa imagem esconde alguém frágil e agora doente.

 

Eu tenho essa sindrome. Ninguém me diagnosticou. Fiz um auto exame e vi que me enquadrava. Trezentas coisas para fazer, família para cuidar, esposa, filhos, trabalho, e os pezinhos se debatendo para manter as aparências acima do espelho d'água. Estresse, insônia, falta de ar, ansiedade... Um dos rémedios é o bom e velho puxão de freio. Diminuir o ritmo. Procurar ajuda profissional é recomendado, e convesar um pouco é sempre um bom remédio.

 

Vamos nos cuidar!

 

 

 

George Barbalho
Enviado por George Barbalho em 01/07/2024
Reeditado em 02/07/2024
Código do texto: T8097962
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