INSTITUTO IPIRANGA, CALCINHA DE RENDA DESFIADA, GOL, BIFE NO OLHO, MÃE ORGULHOSA
..e lá vai ela falar pelos cotovelos, sair do assunto da crônica e retornar
Leitor amigo...sou assim, se não gostar...que dó...eu lhe daria uma chance de pensar na 'sua' infância, com certeza até no caos existem cores bonitas, explosão de vulcão, ondas gigantes de Nazaré, oásis no deserto, lago cristalino e gelado salgado, no deserto do Atakama, não é verdade? Será que vale me dar uma chance?
Ok sempre fugindo da crônica com língua falante...nada sexual, só 'ablando' à beça rrrsss...'bora' voltar.
Já falei em outra crônica, que fiz o primário no colégio particular Instituto Ipiranga, em Laranjeiras. Minha madrinha de Crisma, Jurema Williams era professora rígida lá, nas matérias Português e Literatura. Lá pelo terceiro ano, foi professora da minha turma, anos mais tarde assumiu a direção do instituto. Ela era uma madrinha maravilhosa e, na vida particular, eu puxei à ela, não sei fazer bainha, cerzir.tampouco pregar um botão sequer...ok! Desde os nove anos eu sei cozinhar...e bem rrrsss.... já volto ao tema da página...'take It easy' rrrsss...calma...rrrsss.....desculpe-me...sou assim...
Voltando...
Estávamos num festinha de aniversário, minha mãe, meu pai Moacyr, minha madrinha de batismo Lourdes, que tinha o mesmo nome da minha mãe, Maria de Lourdes.
O apelido dela era 'Dinha Pudim' linda e baixinha, do tipo mignon, sempre dourada de Sol, com um bumbum que gerava assovios, telefonista bilíngue no Hotel Hilton por uma vida inteira...chique né rrrsss... também estavam presentes, a minha avó materna Maria de Jesus e a madrinha de Crisma, Jurema.
A minha doidinha professora e madrinha Jurema, viu que tinha na minha calcinha branca rendada pela vovó, um fiozinho meio soltinho e, prontamente, puxou para arrancar...caos pra mim!! A calcinha se dividiu em duas e, eu fiquei de bundinha de fora, antes de cantar parabéns, minha avó correu, me colocou outra calcinha e, puxou a orelha da minha madrinha rrrsss...me cobriram de mimos tipo beijinhos de côco e nas bochechas estalados, brigadeiros, olhinhos de sogra, bolinhas e empadinhas de queijo, groselha e refresco de maracujá...que eu amo.
Caríssimos, se formos levar em consideração, eu era muito pequenina, ao final, eles é que ficaram constrangidos Acho que por mim, eu estaria correndo pra lá e pra mais longe...com a 'popinha' de perninhas nos segundos passos de fora, no meio das outras crianças, tranquila, rindo com as covinhas marcadas, feliz da vida...rrrsss...
Querida 'aos baldes e cântaros' no Instituto Ipiranga, eu entre nove e dez anos, ficava de goleira no time do meninos, brincava de roda, de bonecas, curtia a ciranda cirandinha, pular corda, cama de elástico e ria de qualquer bobagem. Até a entrada de um menino, que queria o meu lugar de goleira, com grosseria. Aluno novo, branquinho, teimoso e rebelde. Um dia disse que eu não iria pegar no gol e sim ele, eu protestei e os meninos foram em minha defesa aos gritos, ele me deu um soco no olho direito e no mesmo instante, eu dei um soco no olho esquerdo dele...resultado...bafafá...sala da diretoria... mães chamadas...que saco!!
A minha madrinha de Crisma, Jurema e o Diretor na época Ruy, também professor de Matemática, mandaram buscar no açougue, dois bifes de carne bovina, cobriram com gelo e, nos fizeram colocar os bifes sobre os 'olhos socados' arroxeados. Que cena hilária!
As mães chegaram, ouviram a bronca sobre nós dois, informaram que ganhamos dois dias de suspensão. Ao voltarmos pra casa, a minha mãe, com cara de poucos amigos, perguntou pra mim
- Quem deu o soco primeiro?
Respondi a verdade
- Foi ele
Ela me beijou, jogou o bife na frente do primeiro cachorro de rua que viu e, toda orgulhosa da filha, que não iniciou a confusão, só se defendera...como tinha sido ensinada por ela. Me levou pra tomar sorvete de creme e, comer pizza Marguerita.
Olho roxo por um tempo, mas, feliz. A mãe do menino, trocou ele de colégio. Depois soubemos, que tiveram outros problemas, em mais dois colégios, a família 'bem posta' dele, o mandou para um colégio interno na Inglaterra, bem rígido e militar. Espero mesmo que ele tenha se corrigido, graças à Deus, a minha mãe ficou orgulhosa.
Obrigada pela atenção comigo. Deus abençoe a todos vocês.
** Os lírios alaranjados, estão ornando a crônica, porque eu amo estas flores, plantadas na Natureza.