Egoísmo narcisístico - BVIW
Defendo a ideia de que computador, celular e redes sociais não são os principais grandes monstros da pouca comunicação que tanto tem preocupado casais, pais de crianças e adolescentes e colegas de trabalho. Existe um monstro que guardamos em mil segredos. Inclusive de nós mesmos. É o egoísmo narcisístico.
Me perdoem os psicólogos. Mas o cerne aqui não é se existe ou não tal classificação. Quero me deter apenas – e já é muito – nesta terrível mania de achar que o melhor lugar do mundo é dentro da gente mesmo. De lá muitos não querem sair. Quase a maioria. Para fingir não ser o próprio motivo da esquivez, usa-se a máscara da tecnologia.
Pais levam filhos a restaurante e os entopem de vídeos e jogos para que aprendam desde bebês que a “melhor” interação é não sair de dentro de si. Casais viajam e navegam em seu egoísmo narcisístico respondendo mensagens no WhatsApp e postando selfie-fake da felicidade. Colegas de trabalho resolvem problemas enviando e-mail, estando sentados na mesma bancada.
Confesso que levo rasteiras em algumas interações, palavras tão grossas que mal passam no ouvido. Mas prefiro tecer o fio da vida na convivência com os mais variados pensamentos e seus donos, do que viver qual Rapunzel, obrigada a jogar as tranças das conexões e suas operadoras para fazer de conta que me comunico.