2013 (A VIAGEM ATÉ 2024)

Em agradecimento à obra da ceramista @denisebraune

 

 

A TIGELA

 

 

Nascida em berço esplêndido

Na hora da festa multicolorida,

Da multidão multifacetada,

Dia feito de mãos. E gritos.

 

A cor? De barro ficou.

 

Nau, insana, ou salvadora.

Entre fogos de artifício,

De Artes, de Ofícios,

Como Arca contemporânea.

 

Noe vindouro? Quem sabe....

 

Emergente, eterna, escandida.

Que, pousada nesta Terra

Instigante e destemida,

Deu-se ao Direito e ao silêncio.

 

E a voz. Em meditação.

 

Impávida, colosso imperfeito

Como do perfeito se quer. Respeito.

A fúria, o calor da massa

Retumbante e jovem. Envolvente

 

Jogo de sombra e luzes.

 

Desafiadora. Forma-se ela,

Como se arena fosse,

Ou um caldeirão. Um tacho.

Um fervente vaso. Tigela

 

Do inquieto coração.