2013 (Aos Fihos) 6a Parte
A Cultura da Ocupação
As ruas foram ocupadas por
uma grande multidão,
uma grande necessidade,
e um grande vazio.
A grande multidão, composta em sua maioria de jovens, abandonou parte daquilo que é inerente ao seu cotidiano para gritar de todas as formas que está preocupada.
Preocupada não apenas com os sistemas de governo vigentes, com os modelos econômicos que lhes são determinados, mas principalmente com a ausência de perspectivas claras de mudança a curto ou médio prazo, já que o longo prazo vem se tornando a cada dia mais utópico.
Convivem com sistemas engessados, cuja mobilidade é incompatível com as exigências de rapidez que lhes apresenta a vida nos dias atuais.
A grande necessidade, retratada no exposto acima, advém da percepção crescente da interdependência total de cada um em relação aos todos outros, e do fato de observarem o pouco preparo que lhes foi oferecido para conviver com tal fato, com suas diversidades de interpretação, e com o fardo que herdaram sem este preparo, para que sejam eles próprios os mentores e executores de todas as inserções que buscam a necessária igualdade mínima para que a paz social seja o verdadeiro alicerce de uma nova era.
O grande vazio não foi e não será preenchido por quantas centenas de milhares forem para as ruas. Este é apenas o retrato, o instantâneo recheado de diversos instantâneos reportados, daquilo que neles também está em constante transformação.
Preencher com estes repetitivos instantâneos os espaços geográficos de ruas, praças, estradas ou avenidas, de pouco vai adiantar. Preenchem-se os espaços dos telejornais, dos parques gráficos, dos cartões de memória, por vezes apagando registros que outrora foram tão importantes quanto os de hoje.
Sem memória política que se atualize constantemente, apenas se preenche vazios que se formam de tempos em tempos, como alguém que espera um copo se esvaziar completamente ate tornar a enchê-lo com o mesmo líquido, esperando sorver um gosto diferente.
Então, o que falta a toda esta coisa tão grande?
Falta memória aos que eram crianças.
Falta escola política, que não lhes e oferecida pelos que não querem cai.r
Então, não ocupar as ruas?
Não transformar?
Ocupar sim.
Transformar sim.
As ruas,
as praças,
as avenidas,
as estradas,
as árvores,
os parques,
os teatros,
os cinemas,
os museus,
as bibliotecas,
as casas de lazer,
as praias,
os postes,
os muros,
as vidraças,
as Câmaras e Assembléias,
os smartphones,
a internet
COM CULTURA