Entre águas do amor
A graça da chuva é que ela vem diferente. Escrevi várias formas de como ela vem e hoje ela veio de mansinho e atacou meu coração de amor de repente.
Quando vi ela já estava aqui dentro molhando e molhando... Foi um amor tão grande que derreteu pelos meus olhos e se acalmou.
Em outras épocas falaria que ela veio com a areia do cisco do meu olho, mas não, vamos ser realistas, não é mesmo? Ela vai e volta e para, vai volta e para numa dança molhada de amor infindável.
Quando ela parou, ouvi gotas escorrerem no chão com calmaria, o vento se aquietando, as árvores balançando ao longe e pouco a pouco ela foi se indo. Pássaros cantando com ela, os grilos festejando e a água rolando no seu último som de amor por entre as brechas dos riachos do meu coração.