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Wramos
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Sequelas da Covid
E quem não conhece alguém que, de repente, teve um problema de saúde
grave e aparentemente, sem explicação plausível?
Bem isso tem acontecido muito aqui na minha cidade de Contagem ultima-
mente. Pessoas da família, amigos, amigos de amigos, colegas de trabalho
e parente dos mesmos, ou seja, as sequelas ficaram dessa doença tão
grave chamada Covid.
Mesmo para alguém que passou ileso pela Covid, posteriormente veio a
apresentar problemas de saúde do tipo: AVC e/ou embolia pulmonar.
São tantas pessoas que fico impressionada. Muitos se vacinaram, outros
não, muitos cuidam da sua saúde diariamente, outros não. Aqui em casa
temos por hábito fazer check-up todos os anos, o tal exame preventivo.
Alguns gostam de dizer que ir ao médico é procurar doença.... Pelo amor
de Deus! Exames preventivos são fundamentais para a nossa saúde e o
futuro dela. Meu irmão é um desses que fala que ir ao médico é procurar
doença, por isso ele não vai. E eu digo, mas que ignorância meu irmão,
procuramos médicos para não termos doenças ou preveni-las. Essas
coisas se ouvia muito das pessoas mais velhas, como meus pais, tios
e avós. Hoje sabemos que antecipar um problema de saúde antes dele
acontecer, pode ser a nossa salvação.
Voltando a Covid, esse ano temos tido notícias de muitas pessoas que
estão passando por esse problema do AVC e embolia pulmonar, coisa de
estarrecer. Alguns superando bem, outros com algumas sequelas e outros
não resistem.
É impressionante como tem acontecido com frequência por aqui. Pessoas
geralmente entre os quarenta e sessenta e cinco anos de idade.
Meu marido passou por isso no ano passado, e olha, foi um estresse genera-
lizado aqui em casa. Fiquei pensando que poderia até ter ficado viúva do dia
para a noite, foi de repente. A saúde dele é ótima, faz exercícios físicos na
academia, já faz seis anos, cuida muito bem da alimentação e mesmo assim
sofreu com as sequelas da Covid. Na época, 2021, meu marido teve Covid
com sintomas bem leves.
Acontece que em julho do ano passado, numa terça-feira, ele começou a
sentir algo estranho no corpo que não sabia explicar. Começou com um
problema na perna direita. Durante a aula um aluno falou com ele que estava
arrastando a perna direita de leve, mas, ele não se importou com isso, achou
que havia pisado em uma pedra e não tinha reparado, e o dia foi passando.
Não tinha me dito nada a respeito sobre. Ao chegar à noite ele me disse que
estava se sentindo estranho, mas não soube explicar o que era naquele
momento. Até perguntei, como assim? Alguma dor? Tontura ou enjoo?
Ele me disse que não tinha nenhum desses sintomas e me contou sobre
o aluno que havia lhe avisado sobre a perna direita durante a aula.
Perguntei se ele queria ir ao médico no hospital para ver aquilo, ele
simplesmente disse que não, que no dia seguinte estaria bom novamente.
E olha que para um homem, ele não é resistente a ir ao médico, como muitos
que conheço por aí. No dia seguinte ao acordar, sentou com dificuldade na
cama, não conseguindo fazer coisas normais, como calçar um chinelo, que
é tão automático no nosso dia a dia, se desequilibrando muito facilmente, e
eu perguntando e insistindo:
_ Quer ir ao médico?
A resposta veio: _ Não.
Assim passou a quarta com a percepção de desequilíbrios constantes
durante todo o dia, inclusive com pequenas quedas e aquisição de alguns
machucados, eram percebidos por mim. Coisa nada normal, me deixando
deveras muito preocupada com aquela situação. Chegando à noite ele já
não tinha a coordenação motora do lado direito, que ficou paralisada.
Insisti novamente e nada. Então dei-lhe um ultimado, amanhã cedo
-quinta- sem falta iríamos ao médico e ao hospital ver aquilo que me
parecia muito sério.
Dito e feito arrastei o meu marido para o hospital e chegando lá na recep-
ção onde era realizado o encaminhamento para a triagem dos pacientes
já disse logo que o meu estava apresentando sintomas parecidos com um
AVC, mas que não tinha o quadro completo de um AVC, que era urgente
a situação. Chegamos na enfermeira da triagem e após explicarmos tudo
nos encaminhou para o neurologista, não antes de um belo puxão de
orelhas por termos demorado tanto a procurar um hospital, assim disse
ela: _ Se fosse um AVC já teria morrido, tinha que ter procurado o hospital
imediatamente! Eu informei que não foi por falta de tentar, mas era teimoso
o homem!
O neuro ouviu toda a minha explicação e pediu um exame de tomografia
computadorizada, a fim de investigar o caso. Demorou, mas no início da
noite já tínhamos o resultado da situação. E que situação! O meu marido
tinha uma bolha de sangue enorme no cérebro esquerdo, que de tão
grande, estava pressionando o cérebro dele causando a paralisia total do
lado direito. O médico falou que, se tivesse estourado, seria o fim. Meu
nervosismo foi a estratosfera.... Me informou que dada a urgência da
situação, meu marido seria o primeiro a ser operado no dia seguinte, já na
sexta-feira, na primeira hora e que um equipe médica iria nos visitar para
explicar como se daria a cirurgia. Isso não vou nem comentar. Bateu o medo.
Cirurgia no cérebro, coisa muito delicada, não poderia haver erros, tudo
teria que ser milimetricamente calculado para não deixar sequelas ou pior
ainda, morte. A apreensão durou a noite inteira e o dia inteiro, preocupação
a mil. Tive que informar à família, o pessoal do trabalho, amigos, e pedir
orações. Toda a fé que houvesse disponível seria muito bem-vinda. O dia
foi passando e só fui ter notícias já a noitinha da sexta-feira. Gente, vocês
não tem noção! Era o meu aniversário! (07-07). Aquilo iria ficar marcado
para sempre em minha memória o quanto eu vivesse, e o resultado disso?
Só Deus e os médicos poderiam me dizer. Quase surtando fui atrás de
notícias. Durante o dia todo eu subia para o andar da cirurgia e nada.
Começou atrasada e iria demorar. Depois subi novamente e estava
em cirurgia, já era meio-dia isso. Sem notícias fui perguntar na secretaria
da UTI por que estavam demorando tanto, fiquei sabendo que
faltavam leitos disponíveis para descerem os pacientes operados e que
enquanto alguns não subissem para os quartos, aguardando a liberação
de alguns leitos serem liberados, não poderiam descer os operados para
a UTI. Subi novamente ao bloco cirúrgico para ter alguma notícia!
Que desespero. A enfermeira me informou que a cirurgia havia acabado
e estavam aguardando leitos na UTI para descer com os pacientes.
Ela me informou que a cirurgia havia sido bem sucedida e que a aneste-
sia já havia passado. Desci para aguardar na UTI, impacientemente.
Quando o meu marido chegou, eu só queria saber de uma coisa, afinal
já sabia que estava bem, sobre os movimentos do lado direito. O medo
de sequelas me deixou sequelada. Então veio a boa notícia tão esperada
o dia inteiro, tudo havia voltado ao normal, assim que começaram a drenar
todo o sangue da bolha, a pressão diminuiria e os movimentos voltariam ao
normal, mas como eu sou igual ao São Tomé, só acredito vendo. E de fato,
tudo voltou ao normal. Graças à Deus! Senhor obrigada!
Foram momentos terríveis que passamos. O médico havia perguntado se
ele havia batido a cabeça em algum lugar no passado ou no presente, e a
resposta era: Não. Desta forma não conseguiram identificar a causa pro-
vável que gerou a situação em questão, no laudo ficou registrado como
causa indefinida, mas sabemos, isso foi uma sequela da Covid, discutimos
isso com o médico, que não descartou a suspeita, mas não havia compro-
vação científica.
Hoje, passados quase um ano do ocorrido, só temos que agradecer à Deus
pela nova oportunidade de vida, com saúde, rezando para que nunca mais
aconteça novamente. Meu marido terá que fazer exames anuais para ver
se está tudo sobre controle com o cérebro.
Voltou a fazer suas atividades físicas normais, depois de novos exames e
dois meses de repouso, e vida que segue.
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Oportunamente não estou aqui questionando as vacinas, longe disso,
tomei todas ao longo da minha vida, e sei que me protegeram de doenças
graves. E meus filhos também tomaram todas e quantas vierem pelo
caminho. Ciência e fé para mim, andam juntas. Só estou falando sobre as
sequelas da doença que ficaram na pós-pandameia.
Que fique bem claro. NÃO acredito em teorias da conspiração.
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Aproveitar o hoje, porque o amanhã pode não chegar.
___________________ passeio em Lagoa Santa/MG 2023 ____________________
Não deixar passar as pequenas oportunidades que a vida nos oferece.
Muitos falarão: _ Não tenho tempo...
E eu direi: _ Tempo a gente cria.
A todos um ótimo dia!