REVIRAVOLTA NO CASO DO TIO MUITO LOUCO NA FILA DO EMPRÉSTIMO

Texto ainda carente de revisão.

Eu tenho um hábito estranho e desatualizado. É uma mania esquisita de escrever sobre alguma coisa, sei lá, um assunto bem aleatório como um carroceiro que foi flagrado em vídeo sodomizando a sua égua. Vamos supor que o assunto seja essa. Claro que isso me indigna. Venho aqui e levanto a bandeira de apoio à causa animal e peço que a justiça seja feita e que o abusador de égua seja preso coisa e tal. Mas mesmo após eu emitir a minha opinião, eu fico com uma pulga atrás da orelha e continuo acompanhando o assunto. E, eis que de repente, surge uma reviravolta no caso: quem estava filmando gravou uma cena mal interpretada. O homem está com diarrei, desceu de sua carroça, foi no matinho e obrou por lá. Depois, com as ciroulas ainda abaixadas, mas as levantando, se aproxima do animal e dá uma leve limpada de mãos nas ancas do animal. Pronto, Essa foi a verdadeira história. O cinegrafista amador que divulgou o caso, no exato momento em que o senhor carroceiro está sendo afogado no ódio de pessoas amorosas, está vendo e curtindo fotos de gatinhos fofinhos, e não dá nenhum pio sobre a injustiça que cometera.

Isso acontece todos os dias e está totalmente na moda. Mata-se a reputação e depois faz-se de conta que nada aconteceu. Só que eu disse que tenho um hábito estranho. Eu fico matutando se o que eu escrevi foi sob a lupa da verdade. E se ainda está sob ela.

Pois bem, ontem dei voz a alguns pensamentos indignados sobre o caso de um defunto que foi levado a uma agência para sacar um empréstimo de 17 mil reais. Esse é o fato. Inclusive com vídeos e tudo. Mas, gritando pela presunção de inocência, entra um advogado. E qual o papel do advogado? Defender o seu cliente. Está errado? Absolutamente (esse absolutamente tem o sentido de " De modo algum", viu!) É um preceito constitucional. E, no exercício da defesa foram apresentadas novas informações (segundo o Uol, não é muito confiável, mas é o que tem para hoje): 1) A mulher tem laudo psiquiátrico. 2) Não é possível afirmar que o senhorzinho já era defunto na hora da gravação.

Aqui muda o rumo das coisas. Nada como a manifestação do contraditório. É culpada! É inocente! Tem vídeo! Mas foi de um ângulo tendencioso! Ela agiu de forma premeditada! Ela tem laudo psiquiátrico! Mas ele estava morto! Não dá para afirmar isso! O direito ao contraditório é uma delícia, parafraseando Cirão da massa.

Injustiças são cometidas por seus operadores? A todo momento. E infelizmente os mais pobres e suas subclassificações (pobre e preto, pobre e mulher, pobre e criança, pobre e branco analfabeto e desempregado (pasmem, essa categoria também existe)) nadam à braçadas no mar de sentenças e processos equivocados. Mas, a justiça, depois do processo legal, com direito a recursos e jurisdição para lá e jurisdição para cá, com a partipação dos senhores advogado e promotor, é quem decidirá se a mulher que levou o "tio" ao banco para sacar o emprétismo é culpada ou inocente. É de indignar? É sim. Mas, a palavra final é com a mulher da balança na mão e com a venda nos olhos.

George Itaporanga
Enviado por George Itaporanga em 17/04/2024
Código do texto: T8044008
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.