Coisas de Cabaré
A minha infância foi na pecuária e roça.
Tinha um trabalhador do meu pai por nome de Fernando Galdino que por ser um negro muito alto ganhou o apelido de Marreco, suas calças sempre ficavam curtas.
Teve um fim trágico., morreu afogado por não saber nadar.
Marreco trabalhava de segurança à sexta e aos sábados ia ao cabaré.... Do sítio pra cidade 12 km que ele tirava num choto!
O solteirão se apaixonou por uma das prostitutas que se dividia entre dois homens.
Depois de muitos anos e gastos com Valdelucia, ela engravidou e teve dois filhos que já apareceram para conhecer o pai com uns 5 ou seis anos.
Acordo foi feito para que cada pai assumisse um filho, Marreco ficou muito feliz porque as despesas eram divididas.
"Seu Zé é um fí meu e ôtu de Rael, só vou dar a metade da fêra".
Meu pai deu aquela sutil risadinha, e Fernando todo sábado recebia o dinheiro da semana e corria pra o cabaré levando tudo pra o filho que lhe sobrou.
Pior é que ele acreditava mesmo que de uma barriga gêmea poderia ter dois pais!!!