Uma crise gostosa de ver

E hoje, o meu pequeno Clemente aprendeu a rir. Sorrir mostrando os dentes ele já faz há tempos, mas fazer o barulho da risada, foi a primeira vez. Uma carinha rechonchuda, risonha e fazendo o som de um poneizinho no pasto. Alto e escandalosamente no meio da homilia.

Tentei contornar a situação, mas tudo o que eu fazia era como se o estimulasse. Saí do templo. No lado de fora ele via uma carro e gaitava. Um pássaro piava, era como se o bico da ave beliscasse as suas costelinhas e haja gargalhadas. Não tinha muito que fazer. Foi uma descoberta dele. Chamar a sua atenção? Preferi não. Vai que ele se encabulasse e nunca mais sorrisse na vida, e a culpa seria minha. Zulivre!

Se você é bom de risada me diga uma coisa: qual é a sua caracteríssticas mais marcante ? O CONTÁGIO. Isso. Não demorou nada até que as pessoas que estavam do lado de fora do templo também começassem a rir. Já não era apenas o Inácio. Dava para encher uma kombi só de risonhos. Teve uma senhoria que de tanto rir começou a tossir. E entre as tosses saiu um sonoro e longo pum. E o grito do Inácio: Um pum, papai, um pum. Foi nessa hora que quem não ria começou. E o que fazer? Apenas rir também. A crise passou e voltei com o pequeno para dentro do templo; o bom de criança é, que da forma que começa algo, repentinamente, tão logo já se esquece... Pelo menos momentâneamente.

Ansioso para ver qual será a próxima descoberta do nosso pequeno.

31/03/24

George Itaporanga
Enviado por George Itaporanga em 02/04/2024
Reeditado em 02/04/2024
Código do texto: T8033178
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