“OS GIRASSÓIS DA RÚSSIA”

“Quando termina a Segunda Guerra Mundial, Giovanna (Sophia Loren) não consegue aceitar que seu marido (Marcello Mastroianni) tenha morrido em combate na Rússia. Então, ela decide viajar atrás de seu paradeiro, passando por cidades e campos de girassóis. Quando enfim o encontra, vai se deparar com uma realidade inesperada que mudará toda sua história. ” (SINOPSE).

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Há exatamente 54 anos, no dia 16 de março de 1970, o mundo viu surgir nos cinemas o comovente filme italiano “I Girasoli”, que no Brasil recebeu o nome de “Os Girassóis da Rússia”.

O longa-metragem traz em seu bojo um misto de poesia visual, romantismo, dores e diversas outras simbologias que nos levam a refletir sobre a natureza da vida, e os muitos problemas produzidos pelo contexto da Segunda Guerra; esta, como todas as outras, fomentada pelo egoísmo, arrogância, intolerância, ambição, desamor e tantos outros defeitos que as ciências sociais convencionaram chamar de “paradoxo da humanidade desumana”.

Dirigido pelo premiado cineasta italiano, Vittorio De Sica, a dramática história é apenas uma singela porta de entrada a maravilhosa mística que vai se descortinando ao decorrer do filme. Embora, seja considerada "simplista", sustentado por um "frágil roteiro" - ideia contrária a minha boba e apagada opinião - o filme, banhado na temporariedade de seu tempo, distante das percepções tênues e cheia de cercas, se tornou uma verdadeira obra de arte. Como diz o poeta Raimundinho, lá das barracas do município de Fonte Boa (AM): “um bom filme não é apenas composto de enredos e histórias, mas de metáforas, sons vibratórios e provocações que nos levam a perceber as nuances e matizes da realidade que circunda e compõe a natureza existencial do próprio ser humano”.

Observemos que a película vai se espargindo num conjunto de características entremeadas aos aspectos que a tornaram um clássico, entre os quais, a belíssima fotografia de Giuseppe Rotunno, que além de fundamental na construção da atmosfera do filme, ajuda a definir o tom e a estética da obra, aguçando os olhares a compreensão das várias paisagens apresentadas, a exemplo das cidades russas, e dos maravilhosos (ao mesmo tempo, triste, reflexivo e sombrio) campos de girassóis, plantados sobre milhares de corpos – resultado da guerra, cuja representação demarcatória no leva a recordar, sob o aspecto da Arte Real, o “ramo de acácia amarela” inserido na “Lenda de Hiram”, igualmente retratado por alegorias e significados introspectivos.

Expressivo também é o elenco do filme, destacando aqui os dois personagens protagonistas, Sophia Loren (Giovanna) e Marcelo Mastroianni (Antônio), um casal, que após ser separado pela guerra, vivencia uma melodramática história amorosa. Aliás, vale ressaltar que o ano de 2024 é também marcado pelo centenário de nascimento de Marcelo Mastroianni, nascido em 28 de setembro de 1924. Para tanto fica a esperança de ver surgir, de forma luminosa, as muitas homenagens a um dos mais expressivos atores do cinema universal.

Outra pérola deste gigantesco baú de tesouros é a espetacular trilha sonora do inesquecível Henry Mancini, orquestrada com profunda, cativante e enternecedora melodia que levou as plateias do mundo inteiro as lágrimas. E, para vivenciar esta emoção, é muito fácil: basta acessar no YouTube alguns vídeos sobre o tema, fechar os olhos, se permitir sentir a essência da vida, e deixar fluir a voz da alma sonorizada pelas batidas do coração ...

https://www.youtube.com/watch?v=MV0_Yjz_zg4&t=1s

https://www.youtube.com/watch?v=sWSXI2XIp_4

https://www.youtube.com/watch?v=FdqBuE3xvlg

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Eylan Lins
Enviado por Eylan Lins em 19/03/2024
Reeditado em 19/04/2024
Código do texto: T8023159
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