Os amantes da escrita recomendam que se mantenha a prática, mesmo quando a inspiração se ausenta. No entanto, afirmo que isso é uma tarefa bastante desafiadora. Neste momento, já se passou uma semana desde que ela foi perambular e me esqueceu. Como escrever algo sem o objeto maior, responsável por essa chama criativa?

Atualmente, estou preocupado com a minha mãe. Embora ela tenha uma memória ótima, nos últimos dois meses, tenho notado alguns fatos que comprovam que sua memória começa a falhar. Isso me apoquenta. Todas as noites, a gente vem dormir aqui com ela, exceto quando ela tem visitas em sua casa. 

Depois dessa constatação, preciso dedicar-me mais tempo a ela. Como hoje é domingo, é uma boa oportunidade para colocar isso em prática. Então irei até a minha casa: tomarei café, abençoarei meus contatos, farei minha devocional e logo em seguida retornarei para a casa da dona Nilda. Era 10h30 quando cheguei na casa da minha mãe, ela, ainda, continuava dormindo.

Optei por não perturbá-la e permaneci em silêncio enquanto ela dormia. Aproveitando um instante de pausa, dirigi-me ao computador para navegar. Subitamente, a senhorinha despertou e, com gratidão, agradeceu ao Pai por mais um dia. Ao verificar a tela do computador, constatei que eram 11h15. Surpresa, ela me indagou: "Que horas são?" Sem hesitar, respondi: "Está quase meio-dia”.

Minha mãe foi direto para a cozinha, certamente queria um café. Entretanto, pedi a ela que esperasse, porque a minha esposa estava providenciando o almoço. Assertivamente, ela deve ter gostado do meu pedido, rs. Não demorou muito, Edilene chegou com um frango assado, arroz, farofa e uma salada de tomate. Aproveitei o momento, pedi à minha mãe que fizesse uma oração de agradecimento ao Pai por aquela tão apetitosa provisão. Eu já estava me inquietando, quando ela finalizou a prece e começamos a almoçar.

Foi excelente fazer esta mudança. Não me lembro de qual foi a última vez que almocei aqui com ela. O homem é um ser social; no entanto, se nos descuidarmos, ele acaba se isolando. Ocasionalmente, me deparo com ela reclamando da solidão. Assertivamente posso afirmar que ela está gostando da nossa companhia,

Depois que almoçamos não teve sobremesa. Então partimos para a sala e fomos ver o que tinha de útil na televisão. Se os canais de televisão não se repaginarem, com as plataformas digitais de vento em popa, não vai demorar muito e eles serão extintos. Eu e a minha mãezinha querida fomos assistir um vídeo que mostrava as maravilhas da nossa natureza. De fato, ela estava gostando do nosso programa improvisado. Era notório em sua face um certo brilho de satisfação. Instantes como esse são preciosos! 

Com tão pouco podemos deixar as pessoas felizes. Olho para a parede, observo que no relógio marcava 15h30, despedi da minha mãe, pois eu precisava levar uma amiga do meu inquilino na rodoviária.



 

Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 08/03/2024
Código do texto: T8014874
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