Para nossos leões e afetos
Demanda tempo aprender a amar, demanda tempo e experiência aprender aceitar o outro como verdadeiramente ele é. O mais difícil ainda é entender o que se deve aceitar ou não no outro: Nunca de menos, nem nunca de mais - apenas o suficiente. E é tão difícil aprender o que é o suficiente.
Eu demorei muito tempo até aprender a amar, sempre confundia amor com ansiedade, amor com egoísmo, amor com posse, amor com sofrimento. Sempre aguentava o outro esperando que ele melhorasse ou que eu me acostumasse. Nesse processo me machuquei muito e machuquei muita gente também. Hoje entendo que nós aprendemos através do outro e que é preciso paciência e cuidado.
Fui vivendo meus aprendizados e ciclos: a vida me machucando e me curando. E por fim aceitei meu lugar de aprendiz do amor: fui mocinho, fui vilão, fui ermitão, fui otário, promíscuo e celibatário. Hoje, embora ainda aprendiz, acredito que estou curado daquela dor antiga que já completa aniversário - mais que bodas de estanho. E, por isso, agora estou pronta para receber todo o amor que a vida me oferece, porque mais do que querer é preciso estar pronta para receber - é preciso aceitar o afeto como algo que cura e não como algo que machuca.
E todo esse amor se materializa na forma dele, que apareceu do nada e entrou na minha vida escancarando as portas e janelas para que o sol entrasse. Enchendo meus dias de calor e afeto - sem medo nenhum de ser cafona ou brega. Ele com seus leões no mapa e que trouxe nova cor para minha vida, que invadiu meus finais de semana preenchendo-os de alegria e abraços apertados.
A coisa mais triste é não tê-lo durante a semana ao meu lado e para sobreviver me entretendo com o trabalho-yoga e mais alguma coisa que eu invente ou apareça para que eu resolva. Essa distância que se coloca entre nós me dói - se evidencia às quartas em que ainda parece muito distante a tua chegada.
E eu que jurei não morar mais com ninguém, me pego desejando chegar em casa e encontrá-lo. Eu, ele e nossos cinco gatos. Confesso que eu me sinto terrivelmente apaixonada. Ele me faz me sentir como quando amar não era medo - antes de eu conhecer tanta gente má e que queria destruir o sorriso alheio: seja por medo ou por despeito.
Por intermédio dele e através de nós, eu volto a acreditar no amor, no afeto genuíno e numa parceria honesta. Sobretudo volto acreditar na minha capacidade de me doar verdadeiramente - sem medos e sem receios. Hoje a saudade aperta forte e irradia no corpo, não há coisa alguma que a dissipe a não ser a presença dele. Presença essa que tão engenhosamente tenho inventado por meio de músicas/textos/mensagens para disfarçar que ainda faltam alguns dias para que eu possa abraçá-lo outra vez.
Por tudo isso e muito mais lhe ofereço todo meu carinho e amor.