HUMANIDADE BAIXA INFECTA A IMUNIDADE EMPÁTICA
Valéria Gurgel
27/02/2024
A humanidade anda em baixa. Tanto que já preocupa as células que estão cada dia mais exauridas. O egoísmo vem fagocitando o amor, e a empatia está no ápice da desnutrição crônica. É bem provável que uma anemia falciforme empodere-se do caráter humano definitivamente.
Mais que nunca é preciso alimentar-se do que é sólido, sano, nutritivo em autoconhecimento e que possa ser absorvido na corrente sanguínea do espírito. Antes que a instantaneidade do momento atual assassine os afetos, a nobreza dos gestos, a pureza dos sentimentos, o tato da honestidade, a verdade inerente da ética, que corre sérios riscos de entrar em coma profundo.
E se a equipe especializada do bloco cirúrgico decidir desligar os aparelhos, pode ser que a morte não tome posse somente da carcaça esquelética da arrogância, mas também destrua o DNA da Terra.
Não há imunidade que resista uma humanidade enferma. Hiatos se formam no coração. E chega um dado momento que se não abrirmos as janelas desse órgão sensível que nasceu para pulsar no compasso da sublime emoção dos laços de afetos, certamente um cirurgião cardiologista o fará por nós.
Os nossos rins pedem socorro afogados em más águas, mágoas salobras que envenenam a circulação da paz. Estão a anos acumuladas e depositadas no interior desse órgão dinâmico, que trabalha em silêncio dia e noite sem reclamar, sem pedir salário ou qualquer gratificação.
A epistemologia aponta a gravidade da síndrome do século, SSS - “A Síndrome do Sentimento Suprimido”. Em todo o processo evolutivo dos reinos mineral, vegetal e hominal, nunca se viu tamanha decadência vibracional e carência emocional. Prolifera-se a cada segundo e de forma caótica e veloz, a disseminação da superficialidade dos conhecimentos evasivos e fragilidade dos argumentos.
A ambiguidade cresce e floresce nos egos das razões mundanas. Enquanto a subjetividade ancora em areia movediça, corpos subalternos decolam, acreditando mitocondriar adereços de evolução sideral.
Mentes herméticas insistem em sobreviver ao sopro da vida num enigmático processo de tentar existir sem a percepção derradeira da permissão do SER.
Ter já não basta!
Quantos aqui estão acreditando ter para poder existir? Não basta ter para sobreviver, é preciso SER, e fazer valer a dádiva da vida!