Quando a gente VAI EMBORA
Quando a gente vai embora...
Eu estava internado e durante os 15 dias em tratamento delicado, 20 pessoas vieram me visitar.
Minha doença se agravou e o número de visitantes subiu para 30, no que me alegrei ao encontrar cada uma delas e lhes agradeci suas visitas.
Ao todo, 85 postagens nas redes sociais enviaram mensagens de solidariedade torcendo pela minha recuperação.
Infelizmente minha enfermidade se agravou e eu, não resistindo ao processo de evolução vir a falecer.
Meia hora depois de divulgarem a minha morte, 847 mensagens no face, 1200 no Instagram e 800 via whatsapp circulavam pelas chamadas REDES SOCIAIS.
Para o meu velório, compareceram 397 pessoas, mas no meu sepultamento tinha cerca de 900 que foram me dar o último adeus e eu fiquei sentido por não poder lhes agradecer tal gesto de extrema consternação, sendo que não pude dar e nem receber um sorriso, um abraço ou coisa assim.
Se eu pudesse reverter a situação eu queria que além dos que efetivamente foram me visitar (30 pessoas ao todo) quando eu ainda podia ver e falar, pelo menos a metade dos 3344 tivessem ido me ver.
Assim, minha alma estaria mais confortada em saber que tive EM VIDA pessoas que de fato queriam me dar o último abraço, o último sorriso e o último olhar.
Desceram à sepultura o meu corpo inerte num caixão onde tudo agora seria escuridão e silencio.
Depositaram coroas de flores lindas, perfumadas e com frases do tipo SAUDADES ETERNAS.
Que pena não poder ver e nem sentir nada disso, pois o sono da solidão apagou de vez a luz do meu olhar.
FAÇA EM VIDA, TUDO AQUILO QUE PUDER PARA DEMONSTRAR CARINHO, AFETO, AMOR, RESPEITO E LEALDADE, pois o amanhã, é cego, surdo e silencioso.
Carlos Silva.