Sou hipocondríaco por Futebol
O leitor não viu, mas em agradecimento à folha de papel e a caneta, assim que terminei esse texto, Eu beijei e li o texto em voz alta para ambas ouvir. Em alguns casos, faço o sinal da cruz e ajoelho com o dedo indicador apontado para o céu. Momento sublime, deleitoso.
Aprendi esse ritual com os jogadores de futebol que beijam o escudo do time, após a obra de arte concluída, ou melhor: após o juiz, juntamente com o VAR - se foder, validar o gol.
Sou viciado, fanático, atropelo, passo por cima de meio mundo em razão do futebol; e tudo que aplicam nesse esporte, Eu aplico em minha vida. Inclusive, estou aprendendo a letra do Hino Nacional; feito que jamais consegui nas minhas longas décadas do extinto 1° grau. Para se ter uma ideia, somados os anos do quarto ano e da sexta série, Eu repeti 7 vezes; cujo intuito de repetir essas séries, era aprender de cor, saber na ponta da língua, o Hino Nacional brazuca. Adorava ser o primeiro da fila e com a mão no peito, esgoelar o Hino. Errar a letra era o meu mau; por tamanho lapso, peço que desculpe-me Olavo de Carvalho!
Outra virtude que decorei, essa sim Eu aprendi e aplico à minha vida através do futebol, é ser mercenário. Dinheiro e futebol: dupla de ataque perfeita. Fulminante. Nos times que ela atua, qualquer jogada mais aguda é, no mínimo, pênalti.
Sou futebol 24h por dia; 30 dias por mês; 365 dias por ano. Por sorte, esse ano serei 366 dias de total e irrestrita felicidade. Onde la pelota rola e a redonda rola nos gramados do mundo todo, sofre os males da depressão quem quer.
Aqui, em terras do extinto Pau Brasil, além de futebol, temos o samba; afinal, samba e futebol é arte que se faz com os pés. Confesso e as centenas de camisas dos clubes que ostento em cada ocasião demonstram o quanto sou hipocondríaco, fanático, movido pelo combustível psicoativo que me impulsiona, o qual é, e sempre será, futebol.
Eu acredito na cura advinda do futebol e não acredito na rebeldia, halopatia, simpatia, terapia de grupo, idolatria, revolução, homeopatia; em contrapartida, quando a questão é futebol e samba, os pés rabiscam poesia:
É pá e bola;
Na direita,
Bola aqui,
Na esquerda,
Bola lá,
De pé em pé,
Bola na rede,
Pelo lado de dentro,
Sem demora,
É gooool,
Vinde a mim,
Traga-me alegria,
Dupla de ataque:
Corisco e Curumim,
Bis, bis, bis,
Agora,
Já,
Pra berrar gooool,
Num tem hora.