A bola verde
No alto da varanda ela se ver sozinha ao crepusculo luar. Todas as casas vizinhas estão com luzes acesas, os cachoros latem feito loucos por atenção e o vento entra gelado nas residências.
A pista está molhada com a água que desconhece por ter passado o dia em claro enfurnada dentro do conforto de sua casa: arrependida já por não ter visto o dia brilhante ir embora.
Os meninos na rua lhe chama atenção jogando entre eles uma bola velha verde gasta pelo tempo; outrora, um sozinho, na rua brinca e entre um chute e outro declama para o amigo mais velho "já já é natal né?" e o outro confirma.
Admirada com a brincadeira recorda de tempos atrás, de natais passados e de como a vida mudara magicamente em alguns anos.
Escuta a pancada. Um carro estaciona ao lado da árvore arbustosa do outro lado da rua. A pancada? O menino lançara a bola para a frente e batera na porta fortemente, do carro cinza estacionado. - Depois de alguns chutes,- o carro se desloca para outro lugar, fugindo para não ser atacado novamente e lá se fora, rua acima.
Despediram-se os garotos. Um fora tomar banho para sair, o outro só Deus sabe e a brincadeira encerra-se.