Will e o Pequeno

(27/08/2019)

 

 

Cansaço não faz parte do cotidiano de Will.

 

Tarde já avançada, tanto verbo dedilhar já usado, ainda encontrou forças para descer e subir ladeira ao lado do pequeno.

 

Pão do posto de gasolina, da loja de conveniência do mundo inconveniente.

 

As prateleiras são convidativas, têm de tudo, pra todos os gostos e gastos, são poliglotas e ajudam a aproximar idades e espaços.

 

Quero aquele ali, respondeu quando lhe abriu o banquete às mãos, porque os olhos já haviam se arregalado.

 

Dito e pego, para não dar chance ao acaso.

 

De chocolate, quem não gosta.

 

Não pediu nada em troca ao pequeno, mas talvez por paga não cobrada resolveu dividir a alça do que não pesava. 

 

Subiram conversando e Will lhe disse que a iguaria só poderia ser saboreada depois do jantar.

 

Aquiesceu, com tranquilidade, para meu espanto, enquanto afirmava sobre o pacotinho colorido: 

 

_”é de mim”.

 

Arvorado em transmitir conhecimento, Will corrigiu com delicadeza, pensando cá nas "árvores que são minhas":

 

“é meu”.

 

Passos à frente, tentando verificar o resultado de seus ensinamentos, Will voltou ao tema da propriedade do pacotinho de pequenas, doces e coloridas pedrinhas.

 

E o pequeno, sabiamente…

 

 

 

_”É de nós”

 

 

 

Will se engana.

Will não sabe nada.

 

 

 

Afinal, quem é Will?