Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.”

 

Amigo leitor, amiga leitora, a primeira lei de Newton diz que um objeto em movimento mantém-se em movimento na mesma velocidade e na mesma direção, a não ser que sofra ação de uma força instável que cause um desequilíbrio. Essa é a minha tradução da frase que abre este texto. Mas, esse entendimento é o que eu tenho hoje, aos 36 anos e após ler um pouco sobre física básica. Na verdade, eu deveria ter aprendido isso lá nos anos finais do ensino fundamental e no começo do ensino médio. Mas, não. Não aprendi. Não estou dizendo que  os professores pularam esse assunto. Não foi isso. Foi que o assunto foi dado e independente de termos compreendido, já pularam para outro assunto, pois a intenção era terminar o conteúdo. E, no frigir dos ovos, nem aprendiímos e nem o conteúdo era finalizado. Ficávamos no nem...nem.

 

A primeira vez que eu ouvi alguém falar sobre essa tal primeira lei de Newton foi dentro do ônibus, voltando para casa após as aulas do turno da manhã do curso de psicologia no qual eu estudava ( e que não conclui). O ônibus fez uma curva fechada quase sem reduzir a velocidade, de modo que todos que estávamos em pé sentimos  nosso corpo querendo escapar , se a janela fosse um pouco maior, daria para alguém ter caído para fora do ônibus. Foi então que meu colega de turma se vira para mim e diz: "Como odeio a inércia." Para diminuir a minha vergonha, sorrir e concordei com ele, "também odeio essa tal da inércia". Aquele meu  colega provocou em mim um sentimento que nenhum dos três professores de física que tive me provoracam: A curiosidade. "Mas, o que diabo é a inércia?"

 

Alguém desavisado pode perguntar: " Mas, para que te serveria saber sobre inércia a esta altura da vida, além de que tu és da área de humanas???" Positivo. Sou formado em administração e história. Porém, não é apenas sobre saber o que é inércia e decorar que tal lei foi descoberta por Newton. O negócio é você compreender o assunto e entender como ele funciona a ponto de quando sofre a influência de tal fenômeno, você ser capaz de indenticá-lo, como fez o meu colega. Porque quando você é capaz de fazer isso o teu cérebro forma novas conecções que em suma, te deixarão mais inteligente.

 

É como  resolver um cubo mágico. Qual a serventia de se resolver um cubo mágico? Qual a utilidade em minha vida de aprender e comprender como se faz o cálculo do volume de uma circunferência? Ou para que me server ler Crime e Castigo ou Os Miseráveis, dois livros de volumes consideráveis?! É que quando me proponho a compreender aquilo que momentâneamente estou aquém de entender, eu mexo nas "engrenagens" do meu cérebro, de modo que ao terminar aquela tarefa, minha massa cinzenta, jã não é mais a mesma. Saio da minha zona de conforto e me confronto. Então cresço.

 

Nem sei o porquê de eu ter lembrado daquele dia no ônibus. Nem me lembro mais do nome do meu colega, anos atrás eu soube que ele terminara seu doutorado em psicologia e estava lecionando (Lairton(m). Acabei de lembrar seu nome). Mas, de uma coisa eu sei, aquela conversa sobre a lei de Newton por causa da curva feita por aquele ônibus numa manhã qualquer no longínquo ano de 2008 fez meu cérebro crescer um pouco mais.

 

George Itaporanga
Enviado por George Itaporanga em 05/12/2023
Código do texto: T7947370
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