Quem nunca se deparou com o famoso quebra cabeça tridimencional popularmente chamado de cubo mágico? E tenho quase certeza, de que você, amigo leitor, já  movimentou, alguma vez na vida, as suas peças para cima e para baixo e para o lado e para o outro, e exausto como um triatleta, jogou o seu orgulho na lata de lixo e amaldiçou o tal brinquedo. Se isso nunca aconteceu com você, tudo bem, acabei de narrar a minha experiência com tal cubo dos infernos. 

 

Cansado de bater cabeça com o cubo 3x3, que é o cubo tradicional com três peças em cada aresta (olha ai o estudo de formas geométricas sendo utilizado) descobri o 2x2. "Ahhh, o 2x2 deve ser infinitamente mais fácil", você pode erroneamente ter feito esse julgamento. A sensação de impotência diante de um objeto composto por 8 quadradinhos móveis é semelhante ao 3x3. E mais uma vez, o caminho mais acessível é enterrar o cubo, jogar no mar ou tocar fogo. Novamente, se você nunca experimentou tais sentimentos diante de um cubo mágico, eu tenho inveja de você. Acredita, que uma vez eu me desfiz de um dos meus primeiros cubos. Joguei no lixo. Amarradinho num saco. Á noite, quando vou domir, pula na minha cama o meu cachorro com o cubo entre os dentes, balançando o rabo, todo feliz, acreditando ter me feito um favor.

 

Depois de toda essa lamentação, tenho o prazer de anunciar a todos que hoje, dia 20 de novembro de 2023, eu conseguir montar o meu primeiro cubo 2x2 sozinho. Bem, entenda que ao dizer sozinho, isso não significa que foi por obra do Divino Espírito Santo. Eu pesquisei, estudei, vi vários vídeos, fui curioso e estudei a história do cubo e ao cabo de tudo isso, consegui finalizar o brinquedo. Fiz e refiz e errei algumas centenas de vezes. Eu acho que para cada tentativa certa que eu fiz eu errei 100 vezes. E, finalmente eu tenho nas minhas mãos um cubo 2x2 que sou capaz de resolver em menos de 1 minuto. Eu o resolvi no espaço de tempo em que eu chamei o elevador e a minha descida à garagem, eu consegui resolver.

 

Como professor, eu não poderia deixar de utilizar o exemplo do cubo mágico e associá-lo a tudo e qualquer coisa na vida que possa nos tirar da nossa zona de conforto. Pode ser na escola, universidade, trabalho, onde quer nos deparemos com algo novo. Mexeu com a nossa comodidade, então é ruim. Não presta! Devo abandonar o mais rápido possível. Era assim com os conceitos elementares de matemática, física e química. As regras de pontuação em português. O aprendizado de um novo idioma. A compreenção de um texto mais rebuscado ou a leitura de um livro mais robusto. Tudo o que promove o comichão do pensamento e da persistência é desprezado o mais rápido possível como se fosse uma chaga: Pra que eu vou usar a fórmula de Bhaskara. E pontuação? Eu mando áudio no "zapzap", e está bom demais. E por que saber quais foram as influências da Revolução francesa ou o impacto das grandes navegação. E as mitocôndrias? Deixe elas lá bem quietinhas e pronto.

 

Talvez a gente não use 95% daquilo que aprendemos em sala de aula ou possamos aprender na internet ou lendo algum livro. Mas, como Einsteins disse: "A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original."  Não é apenas sobre como resolver um cubo mágico.

 

 

George Itaporanga
Enviado por George Itaporanga em 21/11/2023
Reeditado em 22/11/2023
Código do texto: T7937004
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