Conhecendo a praia
Conheci a praia aos 27 anos. Um tanto quanto tardio, digamos, porém não foi impedimento para que eu me encantasse pela beleza e paz do lugar.
Não sou tão fã assim do verão, ainda que ache a estação bem alegre e convidativa a maiores oportunidades de passeio. Sua temperatura quente combina com a aura colorida trazida da amada primavera.
O mar, obviamente, é o centro das atenções. Quem o vê à primeira vista fica em estado de contemplação. Até que se consiga verbalizar algo, o encantamento já fez morada no olhar e no coração.
Penso que é uma das mais lindas obras da natureza: é grande, forte e profundo. Causa certo estranhamento e temor, devido à sua imensidão; porém, para os corajosos e admiradores de plantão, ele é uma daquelas boas e alcançáveis terapias, em que a gente deposita todas as nossas preocupações, e estas se vão juntamente com as ondas.
Observar todos esses processos comuns, é um tanto quanto acolhedor. Os movimentos das ondas nos dizem o que continuamente esquecemos: as coisas vêm e vão.
O sabor salgado é aquele remédio que não é delicioso, mas é necessário: o suor e a lágrima. A cor, ora azul, verde ou amarela, é o anúncio do colorido que a vida sempre tem: às vezes mais escuras, outras claras, e, quando nos contemplamos no espelho é só observar que nós nos vencemos e recomeçamos todos os dias.
O céu, o sol, a chuva, o vazio e o cheio são as metamorfoses que fazem parte do nosso viver e existir; todo dia nem sempre é a mesma coisa, ou o é, mas é certamente outro dia.
E os barquinhos...bom, os barquinhos são as nossas conduções e condições que vamos navegando, rumo ao nosso destino e às nossas próprias escolhas.