Tarde de domingo
A mesa do café da tarde de um casual domingo é composta de bolo de fubá cremoso e de chocolate, bolachinhas de nata e canela, doces caseiros comprados na feira, queijo fresco, broa, coca cola, café, leite, rosca de Nutella e animados membros familiares sentados aleatoriamente, com as cadeiras espalhadas por toda a cozinha, falando todos ao mesmo tempo, formando uma desafinada e divertida sinfonia.
Quieta e observadora, eu olhava a todos e compreendia a empolgação, afinal não é sempre que se consegue reunir uma parcela admirável de tios, primos e namorado da prima para juntos colocarem os papos em dia.
Ali, naquela mesa, a fartura não se deu só nas comilanças, mas também nas piadas, na troca de afetos e informações, nas indicações de pomadas para dores, nas ligações de vídeo para o sobrinho neto, nas reminiscências: "lembra quando o primogênito nasceu? Eu lembro até hoje quando acompanhei meu irmão no hospital!" "Você lembra, irmão, quando a tia jantava em casa, depois ela e a mãe juntas iam à igreja?"
E tantas outras ricas, saudosas e engraçadas lembranças de um passado não tão distante, de vivências que marejam os olhos e manifestam sorrisos. Como são enriquecedores esses encontros!
Dignos de registros e memórias: mais um para, lá num futuro bem próximo, sentarmos à mesa e dizermos: "lembra da última vez que aqui estivemos? Nossa, a neta era pequeninha, está até no colegial!" "E o meu netinho, já está no fundamental!" "Não acredito!" Como o tempo passa! Se passa. Mas as lembranças, essas ficam... na mente e no coração.