Está chegando o Natal
As lojas da cidade em suas vitrines têm demonstrado, junto aos anúncios, os dias quantos faltam para o Natal.
Época bonita, confesso. Pessoas felizes, decorações admiráveis, clima agradável. Mas não gosto; e os reais motivos, não cabem aqui dizer.
Fato frívolo - e curioso, há de se admitir - é que todo ano, exatamente nesses dois últimos meses, as pessoas sentem necessidade em querer se reunir: o tão famoso "vamos marcar". E marcam. Sim, pois dezembro é o mês dos diversos encontros, reencontros, e, por que não, recomeços. Se é difícil reunir cinco amigos num mesmo horário e data em que todos possam comparecer, mais difícil ainda é reunir a parentela. Só no Natal, mesmo.
O conhecido "vamos marcar" tem carga incerta, sendo justificativa para quem quer educadamente dispensar um encontro ou simplesmente atingir seu "finalmente" no mês último.
Combinadas as datas, todos se reúnem. Muitas vezes, resolvem fazer o indispensável amigo secreto, o que decreta o êxito da tão esperada reunião.
As conversas não ficam limitadas aos desabafos do quão custoso foi vencer o ano, mas principalmente no entusiasmo esperançoso dos planos e projetos que os corações guardam.
A aura de dezembro é leve, sem sombra de dúvidas, mesmo havendo quem defenda que essa brisa deveria ser vivida em todos os doze meses.
Não opino dizer quem está certo ou errado, até porque facilmente se adequa aos costumes; para desconstruir um hábito, leva-se bem mais tempo do que esperamos, e tempo, tem sido o maior dos vilões da nossa era; se não o fosse, frequentemente nos encontraríamos...ainda bem que dezembro existe.