A presença de Deus
Mês passado, numa quinta-feira qualquer, ficamos sem energia. Deu certo problema que ninguém sabia qual era, mas que quando ligamos à companhia, ela nos informou que nosso bairro ficaria por pelo menos três horas sem.
Seria mais fácil se estivesse no começo ou no meio do dia, porém o sol já havia pousado, o que nos restava, somente, esperar até que a luz enfim voltasse. Dentre as situações, tínhamos falta de internet, falta de água quentinha, falta de diálogos interessantes, impossibilidade de contemplar os olhares, falta de claridade; este último nos convidou, então, a acendermos uma vela.
Apesar de o escuro ainda dominar boa parte do ambiente, a boa e velha velinha cumpriu seu papel. Foi ali que meditei o quanto Deus faz por nós.
Desligados da sua presença, nossa vida pode ser resumida a uma escuridão total sem estrelas. É bem viável, porque sem enxergarmos, vamos tropeçando e nos escondendo de tudo aquilo que não queremos ver.
Por misericórdia, quando a presença de Deus nos encontra é como uma vela a ser acesa no nosso íntimo. Vem pra iluminar, para nos permitir contemplar as maravilhas, delícias, erros e fraquezas ao nosso redor, deixando explícito que surgirão, sim, certos caminhos que não devem ser tomados, que olhar para trás é dispensável (pois fará com nos percamos) e que devemos, unicamente, seguir adiante; já o fogo que derrete aquela vela é como o abraço caloroso do Pai que vem trazer paz, alegria e suavidade ao nosso coração.
A diferença da vela é que ela brevemente derrete, e o debruçar na presença divina, se mantido, não será consumido, será sempre renovado, tal qual acendemos a próxima vela toda vez que uma se acaba.