MINHAS RUÍNAS
Minhas ruínas, elas estão bem visíveis no meu inquieto perceber, debruçadas no estender do meu olhar para um mundo que aos poucos está ruindo diante de nós.
A irracionalidade vista e contemplada passou a ser genes humana, antes pertencentes apenas aos animais, como muitos humanos classificam.
É sábio por todo ser pensante, que os animais disputam territórios, mas não constroem bombas e nem direcionam mísseis pois a estes não lhes fora dada tal capacidade.
"Se o homem sonha monumentos e só ruínas semeia para habitação dos ventos", então, o que de sólido sabe ele de fato construir, se o que ergue é para sua própria destruição?
Lá, de um outro lado do habitável mundo, aos meus olhos chegam essas ruínas onde as lágrimas se misturam a ferros retorcidos e colunas de cimentos tombadas ao solo, que esmagam vidas, onde se ver crianças gritar a solidão do sofrimento gerado pela angústia da perda de quem poderia lhe proteger.
Ahhh Paulo Eiró, qual a semeadura restará ao homem, se o que sobrou das ruínas jamais edificarão uma morada de abrigo seguro?
Uma faixa divisora num ato separatista, um muro protegido, uma vigilância que se dizia constante, mas que não chegou a pressentir que algo estava errado, e foi surpreendida para o início causador de tantas lágrimas misturadas ao pó causado por explosões.
Por mais vigilantes que sejamos, haverá um instante de descuido (e/ou vulnerabilidade) e será exatamente assim, que nossos olhos repousarão chorosos para outras tantas ruínas.
Me perdoem seres ditos humanos, por não compreender o que se constrói em meio as ruínas que vocês insistem mostrar ao mundo, desde que por aqui chegamos.
Pra que Guerra Santa, se ninguém diz Amém?
Acredito que: NÃO ERA PARA SER ASSIM.
Carlos Silva.