Jequitibás (varas da infância até a juventude).
Eu fui a vara de marmelo esguia, flexível e impartível, demais vezes, a espada verde musgo de São Jorge, na eficientíssima mão de uma douta mãe…
Fui também o velho currião de couro carcomido, ou qualquer objeto que aparecesse, voador e certeiro, tempestivo e preciso, nas mãos de um pedagogo pai…
Já fui o cantinho do pensamento forrado de milho, a receber o guri errante, numa espécie de genuflexório…
Eu fui o castigo no quarto escuro ou no quintal, em noite sombria e horripilante!…
Eu fui as tarefas ferrenhas, nas lidas diárias de outrora,
Eu fui o combatido dever de casa, antes do sair pra brincar…
Fui bacia de água salmoura, para o corpo esfolado, que caiu ao tomar traseira, na carroceria de um FÊNÊMÊ…
Eu fui o inseticida em pó, na cabeça piolhenta e ardente, combinação deveras insuportável!…
Fui por, muito tempo, os rústicos recursos que distanciavam os homens da puerilidade…
Fui o ferrete forjador de espíritos, com nobilíssimos valores…
Fui ciência que expunha a tácita dicotomia, entre inteligência e sabedoria…
Eu fui medo e respeito, no obedecer e no saber a hora de calar…
Eu fui daqueles olhares que não admitiam desdém, muito menos uma negação…
Rumei gerações nos frios férreos trilhos, deixando nelas saudades, orgulho e histórias para contar…
Eu fui, paradoxalmente, a polêmica brutalidade, revestida de imenso e, sabiamente, silente amor.
Com marreta e pedaço de anteparo, moldei caráteres, sintonizei os ora perdidos porvires, nas sacras cartilhas, que invocam e disseminam, rigorosamente, o bem.