AS DUAS FACES DA MOEDA

Sextou..., sextou, sextou!

Lá vinha gritando o meu colega, que por questões de ética, não vou citar aqui o nome dele, andando apreçado, as seis e meia da manhã, horário que costumamos chegar ao trabalho. Sua tamanha empolgação, parecia com a de alguém que havia acertado no prêmio da “Mega-Sena”.

Eu parei por um instante e fiquei meio desconsertado, olhando para aquele meu amigo, com uma imensa interrogação nos meus pensamentos. Porque ainda era quarta-feira. Porém aquela sua fala, era uma expressão comum, quando chegava o dia de sexta-feira. Se falava pela proximidade do fim de semana, quando se seguia o sábado e domingo, o período de descanso e lazer das pessoas, que geralmente vinham de uma cansativa semana de trabalho.

Mas logo em seguida, eu entendi o porquê da sua tamanha empolgação. É que na empresa que trabalhamos, o Gestor resolveu dá o recesso da “Semana Santa” a partir da quinta-feira e assim sendo, a quarta-feira já seria para nós, o último dia de trabalho da semana.

Depois fiquei pensado quantas pessoas se apegam tanto a “sexta-feira”, por ser o último dia de trabalho da semana, que se esquecem de perceber os outros dois importantes dias, o sábado de descanso e o domingo que é o primeiro dia da semana. É nesse dia, que teremos mais uma renovação da esperança. Nele teremos a chance de recomeçar e poder encontrar uma saída para aquele problema que ainda não houve solução.

Quando vejo com os olhos da Fé, a trilogia desses dias, “sexta-feira, sábado e domingo”, imediatamente me lembro dos importantes dias da “Semana Santa”, quando se comemora a “Páscoa do Cordeiro”, em que Jesus Cristo foi morto pelos nossos pecados, como está escrito no Livro do Profeta Isaías 53:5 “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”

Por essa óptica, podemos perceber as “duas misteriosas faces da moeda”. A face que mostra o sentimento de uma imensa alegria porque “sextou”, com o fim da labuta de uma intensa semana e vindo logo em seguida, os dois dias de descanso e lazer. Sendo a outra, a face que mostra uma sexta-feira, com um misto de tristeza e respeito em função do sacrifício feito por Jesus na Cruz do Calvário, para nos salvar dos nossos pecados.

De certa forma, os dois dias que se seguem após a “sexta-feira” mostram, um, o sábado de descanso, o outro, um sábado de luto em que o Senhor Jesus permaneceu sepultado no seio da terra. Sendo por outro lado, o domingo marcado pelo sentimento do fim do dia de lazer, para o retorno à semana de trabalho. Ou pelo sentimento do domingo da Ressurreição de Jesus, trazendo aos que tem Fé, a alegria e esperança de uma nova vida.

Hoje ao me lembrar do grito do meu amigo que bradava “Sextou..., sextou, sextou! ”, tive a sensação de perceber dois diferentes ecos. Um, que ecoava lembrando que era o final de mais uma semana de trabalho e outro que ecoava, como sendo numa certa sexta-feira quando gritavam: “Crucificai-o, Crucificai-o, Crucificai-o! ”

Por incrível que pareça, há ainda os que ficam com a Fé presa na sexta-feira do Sacrifício e seguem atordoados pelos gritos da turba “Crucificai-o, crucificai-o, crucificai-o! ” Assim sendo, não conseguem escutar “o brado das três horas da tarde”, quando já crucificado, Cristo diz: “Tudo está consumado! ” Conforme está escrito no Evangelho de João 19:30. Estes que não ouviram esse brado, sepultaram Jesus para sempre. Porém há os que conseguem ouvir esse brado. Estes se alegram e escutam também desde a madrugada do domingo, o grito de esperança que diz: “Ressuscitou! Ressuscitou! Jesus ressuscitou! ” Porque na escuridão do sepulcro brilhou uma imensa e eterna Luz, para a renovação da esperança e tudo se fez novo.

Depois do Sacrifício único e eterno, podemos observar “as duas faces da moeda”, e que ambas são coroadas pelos seus valores. Uma com os louros da alegria momentânea dos prazeres materiais que são perecíveis e a outra coroada com espinhos na vida material, mas que tem um alto valor espiritual e são eternos.

Desse modo, que o sábado seja de descanso para o repouso de cada um e que o domingo seja de passagem para dias melhores, sendo um eterno Domingo de Páscoa para uma vida livre e feliz.

Uma Feliz Páscoa para todos!

Thiago Alves

A Arte de Thiago Alves
Enviado por A Arte de Thiago Alves em 27/09/2023
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