Miguel Pereira exemplo para o Rio de Janeiro e para o Brasil
Eu estou em Miguel Pereira para fazer uma visita técnica e conhecer, minuciosamente, a cidade. Cheguei aqui como Guia Turismo e Agente de Viagem, mas, não tem como eu deixar de lado meu olhar crítico de historiador e de cientista social.
Analisei cada lugar, cada placa, as casas, as inúmeras construções e a rede hoteleira.
A conclusão é óbvia: Cabo Frio, Búzios, Arraial do Cabo e o Brasil, enfim, devem aprender com Miguel Pereira, com seus empresários, com seus agentes públicos e com a população.
Devem aprender a forma estratégica de como produzir um turismo de qualidade. Devem aprender, também, a lotar a cidade o ano todo com visitantes que gastam muito dinheiro na localidade e geram, em consequência, muitos empregos. O extraordinário de Miguel Pereira é que fizeram tudo isso num local sem tradição turística e sem grandes atrativos naturais, como os que têm nas cidades da Região dos Lagos e da Costa Verde, como Paraty e Angra dos Reis.
O principal atrativo turístico de Miguel Pereira é a Terra dos Dinos, que foi inaugurada a pouco mais de dez meses somente, assim como o Centro Cultural e a Rua Coberta – todos estes são de outubro de 2022.
Já a Rua Torta, a Estação Ferroviária turística e outros bens culturais são de dezembro de 2022 e tem cerca de nove meses de existência somente.
Ruas, Praças, avenidas, Catedral, quiosques, etc. são construções novas. Tudo recém-construído pelas mãos humanas.
Ainda estão por vir, o Parque das Aves e a Cidade das Neves, dentre outras atrações turísticas criadas pela parceria público-privada.
Diferentemente da minha cidade – Cabo Frio – e dos seus lindos ex-distritos – Arraial do Cabo e Búzios – que possuem natureza exuberante e praias inigualáveis feitas, graciosamente, pelo Criador, Miguel Pereira teve, na mente hábil e inventiva dos seres humanos, seu ponto forte.
O homem, quando quer, faz coisas extraordinárias: de um lugar inexpressivo, desconhecido e sem valor imobiliário se tornar uma das maiores potências turísticas do Estado, atualmente. Faz um lugarejo rural em que as residências tinham, há poucos meses, um valor insignificante, agora, valer mais de 1 milhão de Reais, como as casas no entorno do Lago do Javary, por exemplo.
O contrário também é verdadeiro e evidente quando o homem não tem amor pela sua cidade, é inapto, egoísta e só pensa no seu umbigo e do seu grupelho político e não no bem comum, ele gera uma cidade totalmente esburacada e carente de infraestrutura, como Cabo Frio, ou um turismo de "farrofeiros" e sem qualidade, como ocorre em Arraial do Cabo. Ou, ainda, "distribuiu" terras e permite construções ilícitas, indevidas em locais inapropriados para milionários, como ocorre em Búzios, São Pedro da Aldeia e em toda a Região dos Lagos, com a complacência corrupta de órgãos ambientais que liberam obras em troca do vil metal.
Olhar para o crescimento meteórico do turismo, das inúmeras obras públicas e privadas em menos de um ano em Miguel Pereira é também lamentar para o que os gestores públicos estão fazendo, há décadas, na minha cidade e região.
Parabéns, Miguel Pereira, por tirarem ouro e diamante de onde não tinha nem prata nem bronze!
Já os gestores políticos de Cabo Frio, Arraial do Cabo e Búzios conseguiram fazer lixo emergir de minas de ouro e diamante. Nem com uma natureza pródiga e sem igual os caras conseguem trazer prosperidade e infraestrutura. Não dá para entender. Acho que nem a ciência explica o tamanho poder da ganância. De repente, se tomarem Miguel Pereira como exemplo, tudo pode ser diferente.